Violência em escola particular de Goiânia expõe falhas na proteção estudantil
Menina de 10 anos foi agredida por colegas, sofreu fratura dentária e caso é investigado pela Polícia Civil
Uma aluna de 10 anos foi agredida por colegas dentro de uma escola particular no bairro Recanto do Bosque, região noroeste de Goiânia. A violência, registrada em vídeo e denunciada pela família, resultou na quebra de um dente da criança e abriu nova frente de debate sobre a responsabilidade das instituições de ensino na garantia de segurança e integridade de seus estudantes.
De acordo com o pai da vítima, a agressão ocorreu na última segunda-feira (1º). A menina precisou de atendimento médico e passou por exame de corpo de delito. “Constataram que ela teve um dente quebrado com a porrada que levou no rosto. Queremos justiça por essa covardia”, afirmou.
A mãe da estudante também criticou a postura da instituição. Segundo ela, até o momento não houve qualquer contato da direção para oferecer apoio à família. “Deixo minha filha na escola acreditando que ela está protegida. A escola tinha a obrigação de oferecer um ambiente seguro e isso não aconteceu. Estamos todos abalados. É doloroso para nós, como pais, ver nossa filha agredida dessa maneira”, desabafou.
Posição da escola
Em nota oficial publicada nas redes sociais, o Colégio Evangélico Ana Lu confirmou o episódio e informou que quatro alunos estiveram envolvidos. A direção afirmou adotar tolerância zero à violência e declarou que as alunas agressoras foram “convidadas a se retirar” da instituição.
A nota, no entanto, não detalha quais medidas de acompanhamento foram aplicadas à vítima e nem esclarece se houve comunicação direta com a família — ponto de contestação central dos pais.
Investigação em andamento
A Polícia Civil informou que o caso foi encaminhado à Delegacia de Apuração de Atos Infracionais (Depai), que apura a conduta dos estudantes envolvidos. A investigação deve analisar tanto a agressão registrada em vídeo quanto a eventual responsabilidade administrativa da escola em relação ao ambiente de segurança oferecido.
Especialistas em direito educacional ouvidos por veículos da região lembram que instituições privadas, além de promover ensino, têm o dever legal de garantir um ambiente protegido contra violência física e psicológica, em conformidade com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Debate mais amplo
O episódio reacende a discussão sobre bullying e violência escolar, que têm crescido em registros oficiais e ganhado repercussão nacional em diferentes estados. Organizações ligadas à educação defendem que as escolas invistam em políticas preventivas, incluindo mediação de conflitos, acompanhamento psicológico e treinamento de professores e funcionários.
Enquanto isso, a família da estudante segue aguardando responsabilização dos agressores e ações concretas da escola. “Queremos justiça e que outras crianças não passem pelo que a nossa filha sofreu”, reforçou o pai.
Nota Colégio Evangélico Ana Lu
“É com profunda tristeza que comunicamos o ato de agressão ocorrido em nossa escola nesta segunda-feira, envolvendo quatro alunos
Reafirmamos que a Escola Ana Lu não compactua e não apoia qualquer tipo de violência. Todas as medidas cabíveis foram tomadas e as alunas agressoras foram convidadas a se retirar da instituição.
Deixamos claro que não toleramos agressões entre alunos ou profissionais em nosso ambiente escolar. Nosso compromisso é sempre com o respeito, a educação e a segurança de todos.”
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