Vice‑prefeita de Goiânia precisou se abrigar em bunker durante tensão entre Israel e Irã

Cláudia Lira e o secretário estadual de Saúde, Rasível Santos, estão no país a convite do governo israelense. Política goiana narra momento de alerta, rotina sob tensão e diz sentir-se segura mesmo diante do risco iminente de bombardeios.

A vice-prefeita de Goiânia, tenente-coronel Cláudia Silva Lira (Avante), relatou nesta quinta-feira (12/06) momentos de tensão vividos em Israel após o disparo de sirenes de alerta para possíveis ataques com mísseis no território israelense. A política está no país do Oriente Médio para participar de um congresso internacional sobre lideranças, a cerca de 15 quilômetros de Tel Aviv.

Segundo Cláudia, que conversou ao vivo com a Rádio CBN Goiânia, a sirene soou durante a manhã (no horário local), quando ela ainda estava em seu quarto. “Ao ouvir o alarme, imediatamente desci ao bunker no subsolo da hospedagem, conforme orientação das autoridades locais. Permanecemos lá até que a situação fosse considerada segura”, relatou. A vice-prefeita estava acompanhada de 17 brasileiros no evento, incluindo o secretário de Estado da Saúde de Goiás, Rasível Santos, além de prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e gestores de outras regiões do Brasil.

Nas redes sociais, Cláudia publicou imagens do interior do bunker, um abrigo subterrâneo preparado para situações de conflito — uma estrutura comum em muitas construções israelenses devido ao histórico de tensões militares da região. Apesar do susto, a vice-prefeita afirma não ter ouvido nenhuma explosão e que a situação foi controlada rapidamente. “O momento é de atenção, mas me sinto segura. A organização nos instruiu desde o primeiro dia a estarmos sempre próximos aos abrigos. No meu caso, estou a um minuto do bunker”, detalhou.

Evento internacional e cenário geopolítico

O congresso que reúne as autoridades brasileiras é promovido pelo governo de Israel e tem como objetivo compartilhar experiências de governança, segurança pública e inovação. A programação inclui treinamentos, visitas institucionais e debates sobre gestão pública em contextos de alta complexidade. O cronograma previa, inclusive, uma visita a Jerusalém nesta sexta-feira (13), o que pode ser revisto diante do alerta de segurança.

A vice-prefeita chegou ao país na segunda-feira (10) e, até então, o clima era de normalidade. “O fim de semana aqui compreende sexta e sábado. Estávamos programados para uma visita cultural, mas com a sirene de alerta e os riscos de ataques, estamos aguardando novas instruções. A prioridade, neste momento, é a segurança de todos”, destacou.

O contexto tenso ocorre em meio à escalada de ameaças entre Israel e Irã, com o risco de novos confrontos e retaliações. A imprensa israelense, como o jornal Haaretz, tem reportado intensificação nos sistemas de defesa aérea, enquanto o Exército de Israel (IDF) mantém vigilância constante sobre possíveis lançamentos de mísseis a partir de territórios vizinhos. A situação geopolítica permanece instável, especialmente após o recente ataque ao consulado iraniano em Damasco, que provocou forte reação do regime de Teerã.

Aeroportos fechados e voos suspensos

Questionada sobre o retorno ao Brasil, Cláudia Lira confirmou que, até o momento, os aeroportos israelenses seguem com restrições de operação, com voos suspensos por motivos de segurança. “Nos foi informado que as operações aéreas foram temporariamente interrompidas. Estamos aguardando orientações da organização e da Embaixada do Brasil”, disse.

O Itamaraty ainda não emitiu comunicado específico sobre a situação do grupo brasileiro no congresso, mas informou que está monitorando os desdobramentos e mantém canal de atendimento emergencial para cidadãos em território israelense.

Apesar do risco potencial, Cláudia reforçou que as autoridades locais demonstram controle da situação. “Estamos sendo bem orientados e acompanhados. Claro que o momento exige cautela, mas seguimos com fé e responsabilidade, cumprindo o que for determinado pelas forças de segurança israelenses”, finalizou.

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