Vereadores ampliam críticas à SET e cobram pagamento de emendas impositivas em meio a tensões com o Paço Municipal
Sessão da Câmara expõe desgaste entre parlamentares e o Executivo; reclamações se concentram na Secretaria de Engenharia de Trânsito e na demora no repasse de recursos destinados por emendas.

A sessão da Câmara Municipal de Goiânia desta quinta-feira (16) foi marcada por críticas contundentes ao funcionamento da Secretaria Municipal de Engenharia de Trânsito (SET) e à gestão do prefeito Sandro Mabel (União Brasil). Os vereadores expressaram crescente insatisfação com a dificuldade de diálogo com secretários e com o atraso no pagamento das emendas impositivas, expondo um cenário de tensão entre a base aliada e o Executivo.
A vereadora Daniela da Gilka (PRTB) abriu as críticas relatando falta de retorno da SET a pedidos simples, como a pintura de faixas de pedestre em pontos considerados críticos. Segundo ela, a omissão da pasta já resultou em acidentes fatais.
“Estou enfrentando dificuldades com o mínimo. Em locais onde há óbitos por falta de sinalização, envio ofícios e não obtenho resposta. Cansei de ouvir: ‘vou te retornar em dez minutos’, e esse retorno nunca chega”, afirmou, citando a Rua União Postal Universal e a Rua Genésio de Lima Britto, no Setor Balneário Meia Ponte.
Em tom de desabafo, Daniela também questionou sua permanência como aliada do prefeito:
“Cansei de ser a vereadora boazinha. Sei ser independente nesta Casa. Se é para estar na base e não ser respeitada pelos secretários, posso atuar de forma autônoma.”
O vereador Igor Franco (MDB) reforçou as críticas à postura do titular da SET, Tarcísio Abreu, e lembrou que situações semelhantes motivaram seu afastamento da liderança do governo na Câmara.
“Solicitei uma agenda com o secretário no dia 9 e, até hoje, nada. Essa falta de diálogo é um dos motivos do meu afastamento da base”, afirmou.
Franco também cobrou de Mabel o pagamento das emendas impositivas, destacando que a demora causou consequências graves a projetos beneficiados. Segundo ele, nove cavalos utilizados em terapias de equoterapia morreram por falta de recursos destinados ao Instituto Equestre Camila Costa.
“Sem o repasse, o instituto precisou comprar ração mais barata e acabou enfrentando contaminação no alimento. Isso é o reflexo da ineficiência da gestão”, declarou.
O Coronel Urzêda (PL) engrossou o coro de críticas e chegou a afirmar que apoiaria o afastamento do prefeito caso os repasses não fossem regularizados.
“Deixo aqui uma sugestão: pague as emendas impositivas. Negar o pagamento é improbidade administrativa. Se isso continuar, assinarei o impeachment do senhor prefeito”, disse.
O decano da Casa, Anselmo Pereira (MDB), fez uma intervenção de tom conciliador, mas reforçou a necessidade de firmeza dos parlamentares nas cobranças.
“Na política, às vezes é preciso usar o coice da mula para ser ouvido”, afirmou, em referência à postura que considera necessária para garantir atendimento das demandas.
Entre os vereadores ouvidos, a SET foi unanimemente apontada como a secretaria com mais reclamações. Já outras pastas — como Saúde, Infraestrutura, Planejamento e Meio Ambiente (Amma) — receberam elogios. O controlador-geral Juliano Bezerra e o procurador-geral Wandir Allan também foram citados positivamente pelo desempenho técnico e disposição ao diálogo.
A Câmara ainda aguarda posicionamento oficial da Secretaria de Engenharia de Trânsito sobre as críticas apresentadas.
Tags: #PolíticaMunicipal #Goiânia #CâmaraMunicipal #SandroMabel #SET #EmendasImpositivas #Transporte #GestãoPública

