21 de novembro de 2024
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Vazio Sanitário para o Algodão em Goiás: Medida Fundamental para o Controle do Bicudo-do-Algodoeiro

A partir desta terça-feira, (10), 54 municípios de Goiás entram no período de vazio sanitário, com foco na prevenção e controle da principal praga da cotonicultura no Brasil.

A partir desta terça-feira, 10 de setembro, 54 municípios da Região 3 de Goiás, entre eles Anápolis, Formosa e Luziânia, entram no período de vazio sanitário para o algodão. A medida, regulamentada pela Instrução Normativa nº 04/2019 da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), é essencial para o controle do bicudo-do-algodoeiro, praga considerada a mais devastadora para a cotonicultura brasileira.

O vazio sanitário se estenderá até 19 de novembro e proíbe a presença de plantas de algodão, inclusive soqueiras e plantas voluntárias, em qualquer estágio vegetativo. A estratégia busca reduzir a população do inseto (Anthonomus grandis) no campo, impedindo sua reprodução e disseminação. Essa ação faz parte do Programa Nacional de Prevenção e Controle do Bicudo-do-Algodoeiro, coordenado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

“O vazio sanitário é uma ferramenta vital para conter a proliferação do bicudo, uma praga que causa prejuízos significativos aos produtores de algodão em todo o Brasil”, ressalta José Ricardo Caixeta Ramos, presidente da Agrodefesa.

Medidas Complementares e Fiscalização

Além da proibição do cultivo, outras medidas fitossanitárias estão sendo implementadas, como o calendário de semeadura e o cadastro obrigatório das lavouras. Os fiscais estaduais agropecuários darão início às inspeções nas áreas produtoras para garantir o cumprimento da destruição dos restos culturais, processo que deve ocorrer até 15 dias após a colheita.

“Produtores devem eliminar todos os restos de algodão, inclusive nas áreas de domínio público, como estradas e cercas vivas,” reforça Daniela Rézio, gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa. A não conformidade pode acarretar sanções administrativas.

Excepcionalidades e Semeaduras Controladas

Algumas exceções são permitidas durante o vazio sanitário, como em projetos de pesquisa científica e produção de sementes genéticas, mediante autorização prévia da Agrodefesa. Nesse caso, os produtores devem solicitar a permissão até 30 dias antes da semeadura prevista.

“O controle rigoroso e o cumprimento do calendário são fundamentais para proteger nossa produção e garantir a sustentabilidade da cotonicultura no estado”, afirma Maxwell Carvalho de Oliveira, coordenador do Programa de Algodão da Agrodefesa.

Praga de Impacto Nacional

O bicudo-do-algodoeiro chegou ao Brasil em 1983, na região de Campinas (SP), e atualmente é encontrado em quase todos os estados produtores de algodão. Em Goiás, a praga foi detectada em 1997 e rapidamente se espalhou. Estima-se que a praga cause milhões de reais em perdas todos os anos.

“Sem o controle adequado, o bicudo pode devastar plantações inteiras, colocando em risco não só a produção local, mas também a competitividade do algodão brasileiro no mercado global”, adverte Maxwell.

Municípios Impactados pelo Vazio Sanitário

Além dos 54 municípios da Região 3 que já iniciaram o vazio sanitário, outras duas regiões de Goiás, compostas por 103 municípios, também entrarão no período de controle nas próximas semanas. Na Região 1, que abrange Aparecida de Goiânia e Catalão, o vazio vai de 15 de setembro a 25 de novembro, enquanto na Região 2, que inclui Jataí e Rio Verde, o período será de 20 de setembro a 30 de novembro.

A última região a implementar o vazio sanitário será a Região 4, composta por 89 municípios, cujo prazo vai de 10 de novembro a 20 de janeiro do ano seguinte.


Essa operação coordenada pela Agrodefesa é crucial para manter a competitividade da produção de algodão em Goiás, que ocupa posição de destaque no cenário nacional da cotonicultura. O cumprimento rigoroso das regras do vazio sanitário não apenas garante a proteção das lavouras, mas também fortalece a economia agrícola do estado.


Fontes Consultadas:

  • Agrodefesa – Agência Goiana de Defesa Agropecuária
  • Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa)
  • Programa Nacional de Prevenção e Controle do Bicudo-do-Algodoeiro