18 de outubro de 2024
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Uso de Celulares nas Escolas: 8 em Cada 10 Adultos Defendem Proibição e Pais Pedem Controle Parental

Pesquisa revela preocupação crescente com o impacto da tecnologia na infância e adolescência; 87% acreditam que pais devem monitorar o tempo de tela dos filhos.
pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva e QuestionPro revela que 8 em cada 10 adultos (80%) acreditam que o uso de celulares nas escolas deve ser proibido.

A crescente presença dos dispositivos móveis e a transformação dos hábitos cotidianos têm levantado preocupações entre pais, educadores e especialistas sobre os impactos do tempo de tela e a exposição precoce à tecnologia em crianças e adolescentes. Uma pesquisa recente, conduzida pelo Instituto Locomotiva e QuestionPro, destaca que 8 em cada 10 adultos (80%) acreditam que o uso de celulares nas escolas deve ser proibido, refletindo um aumento da percepção sobre os danos potenciais do uso excessivo da tecnologia nesse público.

O estudo revela que, entre os pais, 82% apoiam a proibição dos celulares nas escolas, uma medida que também é respaldada por 72% dos brasileiros sem filhos. Mesmo entre os jovens da Geração Z (18 a 29 anos), 68% concordam com a ideia de restringir o uso de smartphones nas instituições de ensino. Já entre as pessoas com 61 anos ou mais, o apoio à proibição sobe para 87%.

Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, destaca a mudança de percepção pós-pandemia: “Durante o isolamento, a internet foi crucial para manter as crianças conectadas aos estudos. Porém, a sociedade agora começa a identificar os impactos negativos do uso excessivo das telas e da internet desde cedo, o que leva a uma ampla defesa da proibição dos celulares nas escolas.”

Efeitos Prejudiciais da Exposição Precoce

A pesquisa revela que 94% dos entrevistados reconhecem que a exposição precoce a celulares pode ser prejudicial para crianças e adolescentes, afetando o desenvolvimento físico, psicológico e social. A maioria dos brasileiros (86%) concorda que o uso indiscriminado da tecnologia afeta negativamente o aprendizado e a socialização das crianças. Isso reflete a crescente preocupação com problemas como ansiedade, depressão e dificuldades de sono, frequentemente associados ao uso excessivo de telas.

Entre os principais efeitos negativos percebidos estão:

  • Vício em tecnologia: 75% dos entrevistados acreditam que o uso excessivo de celulares gera dependência.
  • Problemas de sono: 70% indicam que o tempo de tela interfere na qualidade do sono de crianças e adolescentes.
  • Desempenho escolar prejudicado: 68% observam que o uso constante de celulares afeta o rendimento acadêmico.
  • Dificuldades nas relações sociais: 54% apontam que o uso de dispositivos móveis interfere na socialização.

Além disso, 50% dos entrevistados demonstram preocupação com a exposição das crianças ao cyberbullying, um fenômeno que pode ter efeitos duradouros sobre a saúde mental dos jovens.

Controle Parental: Solução Defendida por 87%

Uma questão central que emerge da pesquisa é a necessidade de controle parental sobre o tempo de tela e o conteúdo acessado pelas crianças. 87% dos pais acreditam que devem monitorar ativamente o uso de dispositivos pelos filhos, independentemente da classe social. Esse sentimento é compartilhado por 81% dos entrevistados de classes mais baixas, que também consideram o controle fundamental para o desenvolvimento saudável das crianças.

“O desafio atual é que os pais, que cresceram sem smartphones, precisam lidar com a crescente demanda dos filhos por dispositivos cada vez mais cedo”, afirma Renato Meirelles. Ele pontua que, embora o desejo de conexão surja cada vez mais cedo, o controle parental é crucial para garantir que as crianças equilibrem o uso da tecnologia com atividades de socialização e aprendizado.

Diferença Geracional: Quando Ter o Primeiro Celular?

Outro ponto de destaque da pesquisa é o contraste entre a idade considerada ideal para que uma criança tenha o primeiro celular e o desejo dos próprios jovens de ter acesso à tecnologia. Segundo o levantamento:

  • 69% dos entrevistados acreditam que o primeiro celular deve ser dado a partir dos 13 anos.
  • Contudo, 86% afirmam que as crianças desejam ter o aparelho antes dessa idade.

Esse descompasso entre expectativas e realidades levanta desafios adicionais para pais e educadores, que buscam garantir a segurança digital e o desenvolvimento saudável dos filhos em um mundo cada vez mais conectado.

Caminhos para o Futuro: Proibir ou Educar?

A discussão sobre o uso de celulares nas escolas e o controle parental reflete um cenário complexo, que envolve não apenas o bem-estar infantil, mas também a preparação para uma vida digital responsável. Muitos especialistas defendem a necessidade de políticas públicas que estabeleçam diretrizes claras para o uso de dispositivos móveis em ambientes educacionais.

O Ministério da Educação, por exemplo, está discutindo um projeto de lei que visa proibir o uso de celulares nas escolas de todo o Brasil, uma medida que conta com o apoio da maioria da população. Para além das proibições, porém, a questão do uso saudável da tecnologia continua a ser debatida, tanto por pais quanto por educadores.

Metodologia da Pesquisa

A pesquisa foi realizada com 1.491 entrevistas em todo o país, entre os dias 24 de junho e 8 de julho, com uma margem de erro de 2,5 pontos percentuais. O estudo levou em consideração diferentes perfis socioeconômicos e regionais, garantindo a representatividade dos dados e fornecendo um panorama abrangente sobre as opiniões dos brasileiros em relação ao uso de celulares por crianças e adolescentes.

Fontes:

  • Instituto Locomotiva
  • Ministério da Educação

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