Ultraleve cai no Rio Araguaia, em Goiás; piloto escapa ileso e operação de resgate mobiliza equipe especializada do Corpo de Bombeiros
Aeronave caiu próximo ao Posto Operacional dos Bombeiros em Nova Crixás; defeito no trem de pouso e manobra em baixa altitude levaram à queda. Piloto usava colete inflável e não sofreu ferimentos.
Um ultraleve anfíbio, aeronave de pequeno porte e uso recreativo, caiu nas águas do Rio Araguaia na tarde deste domingo (13), próximo ao Posto Operacional do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás, em São José dos Bandeirantes, distrito de Nova Crixás. O acidente ocorreu por volta das 16h e envolveu apenas o piloto, que não sofreu ferimentos.
De acordo com informações apuradas junto ao CBMGO (Corpo de Bombeiros Militar de Goiás) e com base em relatos do próprio piloto, o acidente foi provocado por instabilidade estrutural durante voo de baixa altitude. O ocupante, experiente e devidamente habilitado, identificou uma anormalidade no trem de pouso do lado direito da aeronave, possivelmente devido a acúmulo de água — o que comprometeu a estabilidade durante uma manobra próxima à superfície do rio. A aeronave inclinou-se bruscamente e colidiu com a lâmina d’água, vindo a afundar parcialmente.
Equipamento de segurança evitou tragédia
O piloto, que realizava um voo de traslado até o acampamento onde estava hospedado às margens do Araguaia, usava colete inflável de segurança, equipamento padrão em aeronaves com capacidade anfíbia. A presença do colete foi determinante para a flutuação imediata e contribuiu para que ele saísse ileso da água.
O ultraleve anfíbio, modelo utilizado para pousos e decolagens em superfícies líquidas ou sólidas, é uma categoria comum entre praticantes de aviação desportiva. Embora mais suscetíveis a variações climáticas e falhas pontuais, essas aeronaves são regulamentadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e operam sob regras específicas, com exigência de manutenção periódica e habilitação do condutor.
Resgate complexo mobilizou 10 bombeiros e embarcações especializadas
Ao avistar a queda, equipes do Corpo de Bombeiros, já posicionadas nas imediações do Rio Araguaia — onde montam bases operacionais durante o período de alta temporada fluvial — iniciaram rapidamente a operação de resgate.
Foram utilizadas três embarcações distintas: um bote inflável, uma moto aquática e uma canoa motorizada. Cerca de dez militares especializados em salvamento aquático participaram da ação. Após a confirmação de que não havia vítimas presas à fuselagem e a estabilização da aeronave, os bombeiros conseguiram rebocar o ultraleve até a margem do rio com segurança. A operação durou cerca de uma hora e meia.
Após o resgate, a aeronave foi entregue ao proprietário, que ficou responsável pela remoção completa e posterior avaliação técnica dos danos estruturais.
Segurança e fiscalização sob análise
Embora o incidente não tenha provocado vítimas, o caso reforça a necessidade de reforço nos protocolos de segurança e manutenção preventiva para aeronaves ultraleves, especialmente em áreas turísticas como o Rio Araguaia, que, nesta época do ano, atrai milhares de visitantes para a prática de pesca esportiva, esportes náuticos e acampamentos.
O Araguaia, um dos mais emblemáticos rios do Cerrado brasileiro, percorre regiões de alta concentração de aeronaves recreativas durante os meses de férias. Em nota, o Corpo de Bombeiros ressaltou que “o uso de coletes salva-vidas e o cumprimento das normas operacionais de aviação leve são essenciais para prevenir tragédias em ambientes remotos e de difícil acesso”.
Próximos passos
A ocorrência será comunicada à ANAC e ao CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), que podem instaurar um procedimento administrativo para avaliar as causas e circunstâncias da queda, como ocorre em incidentes que envolvem qualquer tipo de aeronave, mesmo as não comerciais.
Fontes consultadas:
– Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO)
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