Treinador de Futebol Preso em Aparecida de Goiânia por Suspeita de Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes
Investigação revela que vítimas eram atraídas para a casa do suspeito sob o pretexto de receber “massagens terapêuticas” pós-treino; polícia apura extensão dos abusos e busca identificar novas vítimas.
Um treinador de futebol de 43 anos foi detido em Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital, acusado de uma série de abusos sexuais contra crianças e adolescentes que estavam sob seus cuidados. A prisão preventiva, efetuada pela Polícia Civil de Goiás (PC-GO) na última terça-feira (15), é resultado de uma investigação conduzida pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
A delegada Sayonara Lemgruber, responsável pelo caso, revelou que as denúncias partiram dos próprios jovens, que relataram os abusos a seus familiares. O treinador, que atuava voluntariamente no Conjunto Mabel, atraía os atletas para sua residência com a promessa de “massagens terapêuticas” para aliviar dores e lesões decorrentes dos treinos. No entanto, os encontros se transformavam em sessões de abuso sexual, onde as vítimas eram coagidas a participar de atos sexuais.
O suspeito negou as acusações em seu depoimento, mas a polícia afirma ter reunido provas robustas que corroboram os relatos das vítimas. A delegada Lemgruber acredita que a investigação pode revelar um número ainda maior de vítimas, e apela para que outros jovens que possam ter sofrido abusos procurem a delegacia.
Punição e Submissão: O Mecanismo de Dominação
A investigação policial detalha como o treinador se aproveitava de sua posição de autoridade e da vulnerabilidade dos jovens atletas. Além da manipulação emocional e da falsa promessa de tratamento médico, ele utilizava o esporte como instrumento de coerção.
“Quando as vítimas se negavam a ter relação com o suspeito, ele as impedia de participar dos treinos e jogos. Eles eram colocados no banco de reserva”, explicou a delegada Lemgruber. Essa tática de exclusão, combinada com a oferta de equipamentos esportivos e outros presentes, criava um ciclo de dependência e silenciamento, dificultando a denúncia dos abusos.
A delegada Sayonara Lemgruber ressaltou a condição social das vítimas: “São adolescentes e crianças de baixa renda. Então, ele se prevalecia da função dessa hierarquia exercida como professor para cometer os crimes”.
Ampliação das Denúncias e Investigação em Outro Estado
O caso ganhou novos contornos com o depoimento de mais duas crianças, menores de 12 anos, que compareceram à DPCA na quarta-feira (16) para relatar abusos sexuais semelhantes. “Elas também foram submetidas a essas práticas sexuais sem consentimento”, confirmou a delegada, indicando a existência de um esquema de abusos mais amplo e sistemático.
A Polícia Civil concentra seus esforços em identificar todas as vítimas e mapear a extensão total dos crimes. A delegada Lemgruber acredita que a prisão do treinador pode encorajar outras vítimas a quebrarem o silêncio e buscarem ajuda.
Além das investigações em Goiás, a polícia apura uma denúncia de estupro de adolescentes menores de 14 anos e de mulheres contra o treinador em Mato Grosso, no ano de 2023. O andamento dessa investigação pregressa também está sendo analisado, buscando possíveis conexões e padrões de comportamento do suspeito.
A prisão do treinador de futebol em Aparecida de Goiânia expõe a fragilidade de crianças e adolescentes em ambientes esportivos e a urgência de medidas de prevenção e combate à violência sexual. A Polícia Civil reafirma seu compromisso em investigar minuciosamente o caso, garantir a proteção das vítimas e responsabilizar o agressor por seus crimes.
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