Tragédia na GO-164: criança morre após capotamento e expõe falhas graves na segurança veicular infantil
Menino de 7 anos, que viajava com a mãe, avó e dois irmãos, foi resgatado por policiais militares de folga após acidente na zona rural de Mundo Novo (GO), mas não resistiu aos ferimentos.
Um acidente ocorrido na manhã de segunda-feira (21), no km 745 da rodovia GO-164, na zona rural do município de Mundo Novo, norte de Goiás, resultou na morte de um menino de 7 anos e deixou outros quatro membros da mesma família feridos. O caso reacende o alerta sobre o uso adequado de dispositivos de segurança para crianças em veículos.
A família havia partido de Aparecida de Goiânia com destino a São Miguel do Araguaia, segundo relatos de parentes. O veículo, conduzido pela mãe das crianças, capotou e caiu em uma ribanceira de aproximadamente quatro metros às margens da rodovia. A Polícia Civil investiga se a criança estava sem cinto de segurança no momento do acidente.
O cabo da Polícia Militar Rafael Moreira, que passava pelo local enquanto viajava de folga com um colega de trabalho, foi o primeiro a prestar socorro. Segundo ele, a estrada não possui cobertura de rede telefônica e o acidente já mobilizava populares quando ele chegou.
“Vimos o carro completamente destruído na ribanceira. Duas crianças já estavam fora do veículo. Uma terceira, um menino de cerca de sete anos, estava presa às ferragens e em estado crítico — com um corte profundo na cabeça, sangramento intenso e convulsões. Entrei por uma das portas e o resgatei com apoio de moradores”, relatou o militar.
Sem tempo a perder e sem comunicação com os serviços de emergência, o PM levou o menino nos braços até uma unidade de saúde em Nova Crixás. No trajeto, notou sinais de hemorragia interna, especialmente nos pulmões, além do grave trauma craniano. Após ser estabilizado, a criança foi transferida para o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia, mas não resistiu e faleceu na manhã de terça-feira (22).
Situação dos demais ocupantes
Além da criança, estavam no veículo a mãe (condutora), a avó materna e dois irmãos da vítima — de 3 e 5 anos. Todos sofreram ferimentos leves, foram atendidos em unidades de saúde da região e liberados. A condutora, que também é mãe da criança que morreu, foi orientada a prestar depoimento formal nos próximos dias. A Polícia Civil já solicitou perícia técnica no veículo e investiga as causas do acidente.
Segundo o delegado responsável pelo caso, há indícios de que o menino não utilizava o cinto de segurança no momento do capotamento. “A ausência de dispositivos adequados de retenção, como cadeirinhas e assentos de elevação, é recorrente em acidentes envolvendo crianças no Brasil, e isso agrava consideravelmente a gravidade das lesões”, disse o delegado.
O que diz o Hugol
Por meio de nota oficial, o Hospital de Urgências Governador Otávio Lage (Hugol) confirmou que o menino foi internado em estado gravíssimo na UTI Pediátrica. “Apesar de todos os esforços da equipe médica multidisciplinar, o paciente foi a óbito na manhã desta terça-feira (22)”, informou a instituição.
Segurança negligenciada
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) estabelece regras claras sobre o transporte de crianças: menores de 10 anos devem ocupar o banco traseiro, utilizando assentos específicos conforme a faixa etária, além do cinto de segurança. Crianças de 4 a 7 anos e meio devem estar em assentos de elevação com cinto de três pontos. O não cumprimento dessas normas configura infração gravíssima, com penalidades administrativas e responsabilização em caso de acidentes.
O policial militar que atendeu à ocorrência informou que o veículo possuía cadeiras de segurança no banco traseiro, mas não soube precisar se todas estavam sendo corretamente utilizadas.
Reflexão e alerta
Casos como este evidenciam uma realidade ainda distante da conscientização coletiva sobre segurança infantil no trânsito. Segundo o Ministério da Saúde, acidentes de transporte terrestre representam uma das principais causas de morte entre crianças de 5 a 14 anos no Brasil.
A tragédia na GO-164 deixa uma família marcada por perdas irreparáveis e reforça a urgência de campanhas de conscientização e fiscalização rigorosa sobre o uso adequado dos dispositivos de segurança infantil.
A Polícia Civil seguirá com a investigação para apurar responsabilidades e compreender se houve negligência por parte da condutora ou falha mecânica no veículo. O laudo pericial deve ser concluído nos próximos dias.
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