Tragédia na BR-153: colisão entre carreta e comboio de estudantes da UFPA deixa ao menos seis mortos em Porangatu (GO)
Acidente envolvendo micro-ônibus, caminhão e ônibus ocorreu na madrugada desta quarta-feira, no norte de Goiás. Estudantes seguiam para congresso da UNE em Goiânia; Polícia Técnico-Científica e PRF apuram as causas.
A madrugada desta quarta-feira (16) foi marcada por uma das mais graves tragédias rodoviárias do ano em Goiás. Uma colisão frontal entre uma carreta e um micro-ônibus que transportava estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA), na BR-153, zona rural de Porangatu, deixou ao menos seis mortos, segundo informações preliminares do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBM-GO) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O acidente envolveu um comboio de quatro ônibus — sendo dois deles micro-ônibus — com aproximadamente 180 estudantes universitários que viajavam com destino a Goiânia, onde participariam do Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), previsto para ocorrer na Universidade Federal de Goiás (UFG).
A dinâmica do acidente
De acordo com a PRF, por volta das 3h da madrugada, uma carreta que seguia no sentido norte-sul invadiu a pista contrária, colidindo frontalmente com o primeiro micro-ônibus do comboio, que levava 25 estudantes, dois motoristas e um orientador acadêmico.
A força do impacto destruiu a parte frontal do micro-ônibus, que ficou completamente retorcida. Equipes do CBM-GO, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e da concessionária Ecovias do Araguaia, responsável pela rodovia, foram acionadas imediatamente e atuaram no resgate de vítimas presas às ferragens, muitas delas com lesões múltiplas e fraturas expostas.
O segundo veículo do comboio foi atingido de forma lateral, mas não registrou feridos graves. Os dois últimos veículos conseguiram parar a tempo e não se envolveram na colisão.
Vítimas e atendimento
Até o momento, seis pessoas foram confirmadas mortas no local, mas o número pode aumentar, segundo os bombeiros. Diversas outras vítimas foram levadas em estado grave para hospitais em Porangatu e cidades vizinhas. A identidade das vítimas fatais ainda não foi oficialmente divulgada, e o processo de identificação está sendo conduzido pela Polícia Técnico-Científica de Goiás.
Relatos preliminares indicam que algumas vítimas estavam inconscientes no momento do resgate e que o estado de saúde de pelo menos três pessoas inspirava extremos cuidados nas primeiras horas da manhã.
A concessionária Ecovias do Araguaia informou, por meio de nota, que houve a interdição total da BR-153 durante a madrugada para atendimento da ocorrência, com o tráfego sendo liberado de forma parcial apenas no início da manhã.
Investigação e apuração de responsabilidades
A Polícia Rodoviária Federal instaurou um procedimento de investigação para apurar as causas e responsabilidades do acidente. A principal hipótese até o momento é a de que o condutor da carreta teria perdido o controle da direção e invadido a pista contrária, mas fatores como excesso de velocidade, fadiga e eventual falha mecânica ainda estão sendo considerados.
O motorista da carreta sobreviveu ao acidente e está internado sob escolta, sendo aguardado para prestar depoimento tão logo tenha condições médicas.
Impacto e comoção
O acidente causou profunda comoção nas redes sociais e entre os representantes do movimento estudantil. A União Nacional dos Estudantes (UNE) emitiu nota oficial lamentando a tragédia e informando que está prestando apoio às famílias e aos sobreviventes. A UFPA também se manifestou, colocando sua estrutura psicológica e jurídica à disposição dos afetados.
“A perda de jovens estudantes, no cumprimento de um propósito coletivo de formação e militância, é um golpe brutal para toda a comunidade universitária brasileira”, destacou a nota da UNE.
Histórico e contexto da BR-153
A BR-153, que liga o norte ao sul do Brasil, é uma das mais importantes e movimentadas rodovias federais do país, mas também uma das mais perigosas, especialmente no trecho entre Porangatu e Uruaçu, em Goiás. A estrada está sob concessão da Ecovias do Araguaia desde 2021, mas a duplicação prometida para o trecho ainda não foi concluída, o que aumenta os riscos de colisões frontais em pista simples.
Segundo dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT), o trecho da BR-153 onde ocorreu o acidente está classificado como “regular para ruim”, com alta incidência de acidentes envolvendo veículos pesados.
A tragédia que vitimou estudantes paraenses na BR-153 evidencia não apenas a fragilidade da segurança viária no Brasil, mas também os riscos enfrentados por jovens em deslocamentos de longa distância, muitas vezes em estradas sem a infraestrutura adequada.
Com o avanço das investigações, familiares, amigos e a sociedade brasileira aguardam respostas — e ações concretas — para que vidas não continuem sendo ceifadas em rodovias onde a ausência de duplicações, fiscalização e manutenção custa caro demais: vidas que estavam apenas começando.
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