Tragédia em Porangatu: trabalhador morre esmagado por bloco de granito de 9 toneladas em mineradora
Acidente ocorreu em área rural do norte goiano; vítima foi atingida na cabeça e no tórax e não resistiu aos ferimentos. Bombeiros e Samu atuaram no local, mas óbito foi constatado ainda na pedreira. Caso reacende debate sobre segurança no setor de mineração.
Um acidente brutal em uma mineradora localizada na zona rural de Porangatu, no norte de Goiás, resultou na morte de um trabalhador na sexta-feira (16). Segundo informações confirmadas pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, o homem foi esmagado por um bloco de granito com aproximadamente 9 toneladas, que se desprendeu e o atingiu violentamente, principalmente na cabeça e no tórax.
A vítima — cuja identidade ainda não foi oficialmente divulgada — ficou presa sob os escombros em um trecho de extração da pedreira. A ocorrência foi atendida por equipes do 11º Batalhão Bombeiro Militar, que realizaram uma operação emergencial de resgate com o uso de ferramentas hidráulicas e técnicas especializadas de salvamento em estruturas colapsadas. Ao ser retirado, o homem já apresentava sinais de parada cardiorrespiratória.
Médicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), acionados logo após a liberação do corpo, ainda tentaram manobras de ressuscitação, mas o óbito foi confirmado no local.
Gravidade e contexto
A mineradora, cujo nome também não foi oficialmente divulgado, atua na extração de blocos de granito, que são posteriormente utilizados na indústria de revestimentos, mobiliário e construção civil. Blocos desse porte podem pesar entre 8 e 12 toneladas, dependendo da densidade e das dimensões. O manuseio exige equipamentos específicos e normas rigorosas de segurança.
Segundo apuração preliminar, o bloco se deslocou durante uma atividade operacional, possivelmente durante o corte ou movimentação. Ainda não se sabe se houve falha humana, mecânica ou estrutural. A Polícia Científica de Goiás foi acionada para realizar a perícia técnica na área.
A Delegacia de Polícia Civil de Porangatu deve abrir inquérito para investigar as circunstâncias da morte, incluindo possíveis omissões quanto ao cumprimento das Normas Regulamentadoras (NRs) do Ministério do Trabalho, especialmente as NRs 18 e 22, que tratam da segurança nas atividades de mineração e construção civil.
Falta de transparência e omissão da mineradora
Até o fechamento desta reportagem, a empresa responsável pelo local do acidente não havia emitido nota oficial nem prestado esclarecimentos públicos sobre o caso, reforçando o sentimento de descaso que frequentemente acompanha tragédias em setores de alto risco operacional.
Organizações de trabalhadores e especialistas em segurança do trabalho denunciam que, mesmo com os avanços tecnológicos, o setor de mineração ainda apresenta altos índices de acidentes graves e fatais no Brasil.
Segundo dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, somente em 2023 o setor mineral registrou mais de 2.400 acidentes de trabalho, com pelo menos 32 mortes confirmadas em território nacional.
Uma vida perdida — e o alerta ignorado
A vítima era um trabalhador da base operacional, função muitas vezes invisibilizada, mas essencial ao funcionamento do setor mineral. A ausência de divulgação do nome, até o momento, também ilustra uma realidade recorrente: trabalhadores que morrem em silêncio, sem reconhecimento e, muitas vezes, sem amparo adequado para suas famílias.
O caso de Porangatu não é apenas mais uma estatística — é um sinal de que ainda há muito a ser feito para garantir condições dignas, seguras e humanas no ambiente de trabalho, especialmente em setores de risco elevado como a mineração.
A expectativa é que as investigações avancem com transparência e que a mineradora assuma suas responsabilidades legais e morais. A sociedade, por sua vez, precisa cobrar das autoridades e do setor produtivo um compromisso mais firme com a vida e integridade de seus trabalhadores.
Atualizações em breve.
A reportagem permanece em contato com o Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e órgãos de fiscalização do trabalho para trazer informações atualizadas sobre o caso, identificação da vítima e eventuais responsabilizações.
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