Tragédia em Clínica Estética: A Morte de Danielle Mendes e as Falhas que Conduziram ao Fatal Desfecho
Investigação revela negligência e irregularidades em clínica de Goiânia após morte de servidora pública durante procedimento estético.
Em 30 de novembro de 2024, a servidora pública Danielle Mendes Xavier de Brito, de 44 anos, buscou aprimorar sua aparência em uma clínica estética localizada no bairro Parque Lozandes, em Goiânia. O que deveria ser um procedimento simples resultou em uma tragédia que expôs falhas graves no setor de estética e levantou questões sobre a regulamentação de procedimentos estéticos no Brasil.
O Procedimento Fatal
Danielle chegou à clínica por volta das 9h para uma avaliação. Durante a consulta, foi convencida a realizar imediatamente a aplicação de hialuronidase, uma enzima utilizada para dissolver preenchimentos de ácido hialurônico. A substância aplicada era manipulada, prática não autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso injetável em procedimentos estéticos.
Logo após a aplicação, Danielle sofreu um choque anafilático severo, uma reação alérgica grave que levou a uma parada cardiorrespiratória. Funcionários da clínica tentaram procedimentos de emergência, incluindo uma traqueostomia, mas não possuíam os equipamentos necessários, como epinefrina e desfibrilador, para lidar com a situação. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e a transportou para o Hospital de Urgências de Goiás (Hugo), onde ela faleceu no dia seguinte, 1º de dezembro de 2024.
Investigações e Irregularidades

A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon) iniciou uma investigação que revelou diversas irregularidades na clínica. Foram encontrados medicamentos vencidos, produtos sem registro na Anvisa, falta de higiene e ausência de equipamentos essenciais para emergências médicas. A proprietária da clínica, Quesia Rodrigues Biangulo Lima, foi presa em flagrante e indiciada por homicídio simples com dolo eventual, além de crimes contra as relações de consumo, saúde pública e fraude processual qualificada.
Consequências Legais e Reflexões

O caso de Danielle Mendes destaca a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa em clínicas estéticas e a importância de profissionais devidamente qualificados e preparados para emergências. A tragédia serve como alerta para os riscos associados a procedimentos estéticos realizados sem a devida cautela e regulamentação.
A defesa de Quesia Rodrigues afirmou que ela colaborou com as investigações e prestou auxílio à paciente e à família. No entanto, a Justiça manteve sua prisão preventiva, e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido de soltura.
Este incidente trágico reforça a importância de os consumidores verificarem a qualificação dos profissionais e a regularidade das clínicas antes de se submeterem a procedimentos estéticos, garantindo que estejam em conformidade com as normas sanitárias e regulamentações vigentes.
Nota da defesa
A defesa da Sra. Quésia Rodrigues Biangulo Lima realiza alguns esclarecimentos em relação aos fatos noticiados pelos meios de comunicação. Incialmente a defesa esclarece aos meios de comunicação bem como a toda sociedade goiana e clientes que, a Dra. Quésia é uma profissional devidamente qualificada e habilitada para realizar a atividade que desenvolve em sua clínica, ela possui formação acadêmica em Biomedicina e enfermagem, o que lhe autoriza a realizar os procedimentos estéticos em questão.
O Conselho Federal de Biomedicina por meio de suas resoluções, já esclareceu sobre a possibilidade do Biomédico realizar tais procedimentos, inclusive com a aplicação de preenchimentos injetáveis (ácido hialurônico), Toxina Botulínica, Fios de Sustentação, Procedimento Estético Injetável para Micro vasos, assim não há que se falar em exercício ilegal ou irregular da profissão.
Diferente do noticiado pela Autoridade Policial, a Clínica no período em que realizou todos os atendimentos em suas clientes estava devidamente regular, possuindo autorização de funcionamento bem como alvará da vigilância sanitária.
Com relação aos medicamentos utilizados nas pacientes da Clínica, todos possuem autorização para serem comercializados, tanto que são adquiridos por meio de empresas devidamente constituídas que possuem autorização para fabricação com emissão de nota fiscal e recolhimento de imposto.
É necessário dizer que deve-se observar antes de qualquer pré-julgamento, que as informações encontram-se distorcidas com o único fim de manter uma prisão irregular e sem fundamento para tal.
A Dra. Quesia em todo tempo colaborou com as investigações, prestou auxilio à sua paciente bem como à família, sendo que esta informação está clara nos autos.
A defesa informa ainda que, com a evolução das investigações estará à disposição para esclarecer novamente à imprensa e a sociedade sobre os desdobramentos, visando restabelecer a verdade do ocorrido.
Por derradeiro cabe dizer que, os defensores legalmente autorizados à prestarem esclarecimentos sobre o caso são apenas subscritores, assim, qualquer informação advinda de outro Advogado dever ser por hora ignorada.
JOSÉ PATRÍCIO JUNIOR OAB-GO 26.706
ANTONIO CELEDONIO NETO OAB-GO 38.786″
Tags: Procedimento estético, reação alérgica, hialuronidase, homicídio doloso, Goiânia

