8 de dezembro de 2025
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Telefonia móvel atinge maior expansão em cinco anos e revela nova fase da conectividade no Brasil

Entre abril e junho de 2025, país somou 266,1 milhões de acessos móveis, com destaque para o avanço em áreas remotas e o impacto de políticas públicas voltadas à inclusão digital. Dados da Anatel indicam transformação estrutural no perfil do usuário e no uso de redes móveis.
Foto: Zack Stencil/MCom

O Brasil registrou, no segundo trimestre de 2025, o maior salto na base de telefonia móvel desde 2020. De acordo com o Relatório de Monitoramento da Competição da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o país contabilizou 266,1 milhões de acessos móveis ativos entre abril e junho, um acréscimo de 4,9 milhões de linhas em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Esse desempenho representa não apenas um indicador positivo para o setor de telecomunicações, mas também o reflexo de uma mudança estrutural em curso na sociedade brasileira: a telefonia celular consolidou-se como principal meio de acesso à internet, sobretudo entre populações das classes C, D e E, e em municípios de pequeno porte, onde a infraestrutura fixa ainda é limitada ou inexistente.

Ampliação da conectividade: um movimento nacional

Segundo o ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, o crescimento não é meramente quantitativo. “O aumento dos acessos móveis representa um avanço qualitativo na forma como o Brasil se comunica. A expansão da cobertura significa mais oportunidades para populações antes excluídas, especialmente nas regiões Norte e Centro-Oeste, que apresentam os maiores índices de adesão recente à telefonia móvel e à internet”, destacou.

Esses dados são corroborados por levantamentos da Pesquisa TIC Domicílios e do IBGE, que mostram que mais de 96% dos domicílios brasileiros com acesso à internet o fazem por meio de dispositivos móveis, como smartphones e modems 4G.

Políticas públicas alavancam cobertura e democratização

O avanço registrado no segundo trimestre de 2025 não se deu por acaso. Projetos estratégicos de conectividade como o Norte Conectado, que amplia o backbone de fibra óptica na Amazônia Legal; o Wi-Fi Brasil, que fornece internet gratuita via satélite para escolas, aldeias e comunidades isoladas; e o leilão do 5G em 2021, com obrigações de cobertura em cidades com menos de 30 mil habitantes, contribuíram significativamente para o salto atual.

Além disso, uma nova portaria publicada pelo Ministério das Comunicações estabeleceu as bases para o leilão de sobras da faixa de 700 MHz, com foco específico na universalização do acesso móvel em regiões desassistidas, como o semiárido nordestino e o Vale do Ribeira.

Transformações no perfil do usuário e uso do serviço

Outro fator relevante na alta de acessos é a diversificação da utilização da telefonia móvel. Hoje, as redes móveis são impulsionadas não apenas pelo uso tradicional de voz ou mensagens, mas principalmente por aplicações em tempo real, como streaming, serviços bancários, telemedicina, educação a distância e acesso a serviços públicos digitais.

A Anatel aponta ainda um aumento no uso de chips secundários ou alternativos em aparelhos com tecnologia eSIM, especialmente em trabalhadores autônomos, motoristas de aplicativo e microempreendedores, que operam simultaneamente múltiplas linhas para diferentes finalidades.

Desafios persistem: infraestrutura, latência e acesso igualitário

Apesar do avanço, especialistas alertam para a necessidade de consolidar os ganhos por meio de investimentos em infraestrutura, especialmente em torres de transmissão, redes de fibra óptica até as antenas (backhaul) e em planos de dados acessíveis para as camadas mais vulneráveis da população.

“A expansão da cobertura precisa vir acompanhada de qualidade de serviço. A latência nas regiões Norte e Centro-Oeste ainda é um problema. Além disso, precisamos trabalhar na alfabetização digital e na redução do custo de acesso”, pontua Helena Martins, pesquisadora da Universidade Federal do Ceará (UFC) e ex-conselheira do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).

Panorama para o segundo semestre

A expectativa é de que a curva de crescimento se mantenha no segundo semestre, impulsionada pela retomada econômica, pelas campanhas de digitalização de serviços públicos e pelo avanço das redes 5G em capitais e municípios-polo.

A previsão da Anatel é que o país ultrapasse a marca de 270 milhões de acessos móveis até o fim de 2025, com destaque para a integração de novos dispositivos à chamada Internet das Coisas (IoT), especialmente nos setores de agronegócio, logística e saúde.


Fontes consultadas:

  • Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) – Relatório de Monitoramento da Competição, 2º trimestre de 2025

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Marcus

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