Surto psicológico mobiliza forças de segurança em condomínio de luxo em Goiânia

Homem em crise foi cercado pela PM e Bombeiros após suspeitas de cárcere privado envolvendo a mulher e o filho. Após negociações, ele se entregou voluntariamente e foi internado para avaliação psiquiátrica. Família optou por não registrar queixa.

m caso de crise psicológica mobilizou, na tarde desta terça-feira (22), diversas equipes da Polícia Militar de Goiás (PM-GO) e do Corpo de Bombeiros Militar (CBMGO) em um condomínio de alto padrão no bairro Parque Lozandes, região sudeste de Goiânia. A ocorrência teve início por volta das 17h30, após o síndico do edifício acionar o socorro diante da suspeita de que um morador estaria em surto e mantendo a esposa e o filho sob ameaça dentro do apartamento.

A tensão tomou conta do residencial localizado ao lado do Lozandes Shopping. O suposto autor da crise — um advogado, segundo fontes extraoficiais — estava no 11º andar do edifício. As primeiras informações apontavam para a possibilidade de ele estar armado, o que intensificou a resposta das forças de segurança. Viaturas da PM, incluindo a Companhia de Policiamento Especializado (CPE) e o Batalhão de Choque, ocuparam os acessos ao prédio. O Corpo de Bombeiros também foi mobilizado com viaturas de resgate e apoio operacional. A via PLH-1, que margeia o condomínio, chegou a ser interditada.

Evacuação e isolamento

Durante a crise, moradores foram orientados a evacuar suas unidades e permanecer na área externa do prédio, como medida preventiva. A entrada principal foi bloqueada e a negociação, conduzida por militares especializados em gerenciamento de crises, transcorreu durante cerca de duas horas.

Por volta das 19h24, o homem se entregou espontaneamente e foi conduzido por uma Unidade de Resgate dos Bombeiros ao Pronto-Socorro Psiquiátrico Wassily Chuc, referência no atendimento de saúde mental na capital. A suspeita clínica era de um surto psicótico com potencial risco à integridade física dos envolvidos.

Família não formalizou denúncia

Após o desfecho pacífico da ocorrência, o tenente-coronel Sandro Rezende, da PMGO, responsável pelo comando da operação, concedeu entrevista coletiva. Ele afirmou que não foram localizadas armas de fogo no imóvel e que não houve resistência à abordagem. Embora a companheira do homem tenha relatado ter sido ameaçada verbalmente e estar visivelmente abalada, ela optou por não registrar boletim de ocorrência ou representar criminalmente contra ele.

“A ocorrência se configura como um caso médico. Não houve reféns formalmente. O cidadão apresentou indícios de transtorno e a prioridade foi garantir a integridade da família e dele próprio”, explicou o tenente-coronel Rezende.

Tentativa de fuga frustrada

Segundo relatos obtidos com exclusividade junto a fontes do condomínio, antes da chegada da polícia, o homem teria tentado deixar o prédio pilotando uma motocicleta. Ao se deparar com o aparato policial do lado externo — quando o portão ainda estava fechado — ele teria desistido da fuga e retornado ao apartamento. Essa movimentação, que levantou suspeitas, foi fundamental para a mobilização inicial das autoridades.

Perfil reservado e respeitado

Ainda que seu nome não tenha sido oficialmente divulgado, pessoas próximas ao investigado relatam que ele é conhecido no meio jurídico goiano, com histórico de atuação em causas de grande visibilidade. Segundo vizinhos, sempre teve comportamento reservado e não demonstrava sinais evidentes de desequilíbrio emocional.

Atenção à saúde mental

O caso reacende o alerta sobre a importância da atenção integral à saúde mental, especialmente em tempos de estresse acumulado e pressão social. Segundo o Conselho Federal de Psicologia e a Associação Brasileira de Psiquiatria, os episódios de surtos psicóticos podem surgir de forma súbita, mesmo em indivíduos sem histórico clínico prévio aparente.

A PM e os Bombeiros encerraram a ocorrência sem registro de feridos ou danos ao patrimônio. O homem permanecerá sob avaliação psiquiátrica nas próximas horas, com a possibilidade de internação compulsória dependendo do diagnóstico médico e da evolução clínica.

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