Sudam, Sudene e Sudeco firmam pacto inédito por desenvolvimento regional integrado no Brasil
Acordo entre superintendências cria fórum permanente de articulação e fortalece ações coordenadas para combater desigualdades sociais e impulsionar políticas públicas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste

Em um movimento considerado estratégico e inédito, as superintendências de desenvolvimento da Amazônia (Sudam), do Nordeste (Sudene) e do Centro-Oeste (Sudeco), ligadas ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), formalizaram nesta quarta-feira (6) um Acordo de Cooperação Técnica com objetivo de consolidar um novo paradigma de governança articulada. O pacto estabelece a criação do Fórum Permanente de Articulação Interinstitucional de Desenvolvimento Regional, que visa estruturar uma plataforma contínua de diálogo, ação conjunta e troca de experiências entre os três órgãos federais.
A iniciativa parte da constatação de que, apesar da diversidade territorial e cultural, os desafios enfrentados pelas três grandes regiões — como pobreza estrutural, infraestrutura precária e baixo índice de industrialização — possuem raízes comuns e exigem soluções coordenadas e integradas. A proposta é superar a fragmentação das políticas públicas e promover uma sinergia institucional com impacto direto na vida da população, sobretudo em comunidades historicamente excluídas das dinâmicas de crescimento nacional.
O evento de assinatura contou com a presença do secretário executivo do MIDR, Valder Ribeiro, e do secretário nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros, Eduardo Tavares, além das superintendentes Luciana Barros (Sudeco), Louise Caroline Campos (Sudene) e Louise Caroline Campos (Sudam).
Tavares enfatizou que a cooperação transcende o formalismo institucional e se propõe a alcançar as camadas mais vulneráveis da população brasileira. “Pensamos na Dona Maria quilombola, no Seu José ribeirinho, na Dona Rose nordestina. A política pública precisa deixar de ser abstrata e se tornar concreta, presente na vida das pessoas que nunca tiveram acesso à dignidade”, disse o secretário. Ele também citou avanços recentes na captação de recursos, estímulo ao microcrédito e firmamento de parcerias internacionais.
Luciana Barros, superintendente da Sudeco, pontuou que o acordo representa mais que um compromisso institucional: “É um pacto de confiança. O desenvolvimento do Brasil exige integração, articulação e solidariedade. Precisamos construir soluções conjuntas, com foco em resultados e justiça territorial”.
O secretário executivo Valder Ribeiro reforçou a urgência de descentralizar investimentos e garantir efetividade nas ações. Para ele, o país demanda uma nova governança pública, ancorada em planejamento técnico, eficiência na aplicação de recursos e impacto social mensurável. “Não podemos mais aceitar políticas fragmentadas. O pacto entre Sudam, Sudene e Sudeco é um passo decisivo para reorganizar a atuação do Estado em regiões historicamente negligenciadas”, afirmou.
Um novo marco para a política regional
A assinatura do acordo sinaliza uma inflexão importante na condução da política regional brasileira. Pela primeira vez, as três superintendências que cobrem 70% do território nacional estabelecem uma instância formal e permanente de cooperação mútua. A proposta é estruturar agendas comuns, ampliar a interlocução com estados e municípios, alinhar programas e criar mecanismos de monitoramento e avaliação dos impactos.
A criação do fórum também responde a um desafio histórico da integração nacional: o descompasso entre políticas centralizadas em Brasília e a realidade local das regiões periféricas do país. Com a iniciativa, o MIDR aposta em uma descentralização qualificada, com protagonismo regional, maior autonomia técnica e articulação horizontal.
Além disso, o modelo poderá servir de referência para outras esferas da administração pública federal que enfrentam dificuldades semelhantes de coordenação interinstitucional.
Convergência e impacto
Especialistas ouvidos pelo Goiânia Urgente destacam que o pacto representa uma oportunidade concreta de superar a lógica assistencialista que, por décadas, marcou as políticas públicas destinadas às regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A convergência institucional entre Sudam, Sudene e Sudeco tem potencial para impulsionar investimentos produtivos, reduzir assimetrias regionais e garantir maior eficiência no uso de fundos públicos como o FNO, FNE e FCO.
Na prática, espera-se que o fórum promova integração de projetos estruturantes em áreas como infraestrutura logística, energia, digitalização, inovação, bioeconomia e economia criativa. A articulação permitirá ainda acelerar a tramitação de projetos de financiamento e destravar gargalos burocráticos que hoje limitam o impacto das políticas regionais.
O Fórum Permanente funcionará como um espaço dinâmico de escuta, planejamento e gestão compartilhada, com reuniões periódicas e metas claras de acompanhamento, avaliação e prestação de contas à sociedade.
Com o pacto entre Sudam, Sudene e Sudeco, o Brasil dá um passo relevante em direção a um novo modelo de desenvolvimento regional — mais integrado, cooperativo e orientado por resultados. A iniciativa pode inaugurar uma fase mais promissora na superação das desigualdades históricas que ainda marcam boa parte do território nacional, fortalecendo o papel do Estado como indutor de justiça territorial e crescimento inclusivo.
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