Soldado paraquedista morre durante treinamento do Exército em Goiás: falha técnica e riscos sob investigação
Jovem de 23 anos da Brigada de Infantaria Paraquedista perdeu a vida na Operação Saci; tragédia levanta alerta sobre segurança em treinamentos militares.
Um exercício de alto risco terminou em tragédia no norte de Goiás. O soldado Leonardo Cristia Silva da Cunha, de 23 anos, integrante da elite Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército Brasileiro, morreu na terça-feira (27) durante uma operação de salto em ambiente rural, em Mozarlândia. A atividade fazia parte da Operação Saci, uma grande manobra militar voltada ao adestramento aeroterrestre com apoio logístico da Força Aérea Brasileira.
Segundo informações preliminares repassadas pela Polícia Civil de Goiás, o paraquedas de Leonardo funcionou parcialmente, mas ele acabou caindo em uma região alagada. Preso ao equipamento, o militar não conseguiu se desvencilhar a tempo e morreu por afogamento. A perícia esteve no local acompanhada por investigadores da Delegacia de Mozarlândia, que instaurou procedimento formal para apurar as circunstâncias do acidente.
O corpo foi recolhido pelo Instituto Médico Legal (IML) da Cidade de Goiás. Ainda não há laudo conclusivo sobre a causa da morte, mas as investigações caminham para apurar se houve falha no equipamento, no suporte técnico ou na conduta do exercício.
Treinamento de elite, riscos extremos
A Brigada de Infantaria Paraquedista, sediada no Rio de Janeiro, é uma das unidades mais tradicionais e exigentes do Exército Brasileiro. Criada em 1945, a brigada tem atuação destacada em missões estratégicas de defesa nacional e ajuda humanitária, incluindo operações da ONU. Seus membros passam por treinamentos intensos com ênfase em saltos aéreos, infiltrações em terreno hostil e resgates táticos.
A Operação Saci, que acontece periodicamente em diversas regiões do Brasil, é considerada fundamental para manter a prontidão operacional dessas tropas. Neste ano, mais de 300 militares participaram da ação em Goiás, com lançamento aéreo de carga, simulação de combate e saltos de paraquedas a partir de aeronaves da FAB.
Contudo, como ressaltam especialistas em defesa, mesmo com protocolos rigorosos, o salto militar envolve margens de risco elevadas. Ventos imprevisíveis, falhas de equipamento e limitações do terreno são fatores que, combinados, podem culminar em acidentes fatais.
Repercussão e apoio institucional
Em nota oficial, o Comando Militar do Leste (CML) lamentou profundamente o ocorrido e informou que presta apoio psicológico e logístico à família do soldado. “A instituição se solidariza com os familiares e está empenhada em garantir o acompanhamento necessário neste momento de dor”, diz o comunicado. Internamente, o Exército instaurou um processo administrativo para averiguar falhas no protocolo e revisar os procedimentos técnicos do exercício.
A morte de Leonardo reacende debates dentro e fora da caserna sobre os limites e os cuidados com o treinamento de tropas especiais em solo brasileiro. Em 2021, o Exército já havia registrado outro óbito durante salto em condições adversas, e em 2023, dois militares ficaram gravemente feridos após colisão aérea durante operação semelhante no Centro-Oeste.
Perfis que não podem ser esquecidos
Natural do Rio de Janeiro, Leonardo era considerado promissor dentro da brigada, segundo colegas. Jovem, disciplinado e idealista, sonhava em seguir carreira militar com foco na defesa nacional. Sua morte precoce impacta profundamente os companheiros de farda e abre espaço para reflexão sobre os riscos a que jovens soldados são submetidos — muitas vezes longe dos olhos da sociedade civil.
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