Shoppings de bairro ganham protagonismo nas grandes cidades e se firmam como polos de conveniência e bem-estar
Em Goiânia, o centro de compras do Órion Complex reflete nova tendência do varejo urbano: unir serviços essenciais, alimentação e compras em um único espaço integrado à vida cotidiana

Num Brasil onde o tempo tornou-se um ativo escasso e a mobilidade urbana um desafio diário, os shoppings de bairro — também chamados de small shoppings ou strip malls — vêm conquistando protagonismo ao oferecer conveniência, serviços e segurança em locais estratégicos. O fenômeno, que ganha força especialmente em regiões metropolitanas, já tem números expressivos: são 170 strip malls em funcionamento em 15 estados brasileiros, conforme o Censo da Associação Brasileira de Strip Malls (ABMalls), consolidando-se como uma das tendências mais fortes do varejo urbano.
Segundo o Censo Brasileiro de Shopping Centers 2024-2025, da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o país conta atualmente com 648 shoppings em 249 municípios, e os empreendimentos de menor porte têm se mostrado altamente eficazes em atender às necessidades imediatas dos consumidores, com formatos mais enxutos e voltados à rotina local.
Um novo olhar para o consumo: shopping como extensão do cotidiano
Em Goiânia, o Shopping Órion, inserido no moderno Órion Business & Health Complex, exemplifica com precisão esse novo modelo de consumo. Situado no Setor Marista, um dos bairros mais nobres e dinâmicos da capital goiana, o centro de compras foi concebido dentro de um ecossistema verticalizado que mescla saúde, hotelaria, negócios e serviços.
O complexo abriga o prestigiado Hospital Albert Einstein, o Hotel Transamerica Collection, além de mais de 400 clínicas médicas e consultórios, atraindo diariamente cerca de oito mil pessoas — entre trabalhadores, pacientes, acompanhantes e moradores da região. O shopping, com 40 lojas distribuídas em três pavimentos, oferece opções nas áreas de vestuário, estética, beleza, alimentação, finanças, farmácia e laboratórios.
“O Órion tem uma dinâmica única. Nosso público não vem para lazer tradicional de fim de semana, mas para resolver questões do dia a dia. O shopping está imerso numa rotina de serviços essenciais”, explica André Luiz Araújo, superintendente do Shopping Órion.
Praticidade elevada à máxima potência
A médica nutróloga Marianne Abdalla é uma das profissionais que adotaram o shopping como parte fundamental de sua rotina. Com consultório no centro clínico do Órion, ela afirma que raramente precisa sair do prédio para resolver demandas pessoais:
“Almoço lá todos os dias. Tem opções rápidas, saborosas e com preços acessíveis. Já fiz exames, comprei maquiagem para um evento de última hora, renovei meu guarda-roupa e até resolvi pendências bancárias. É tudo no mesmo lugar, sem trânsito e com segurança”, relata.
Esse modelo “tudo ao alcance do elevador” tem ressonância especialmente em grandes cidades, onde deslocamentos longos e falta de tempo impõem limites à qualidade de vida. O apelo da praticidade é justamente o que impulsiona o crescimento dos centros de compras integrados a condomínios comerciais e complexos multifuncionais.
Lojistas aprovam o formato e destacam segurança e fluxo contínuo
Para os comerciantes, o ambiente também se mostra fértil. A empresária Leandra Fleury, dona de uma loja de roupas que leva seu nome, apostou no Shopping Órion desde a sua fundação:
“Inauguramos no início de 2019 e, mesmo com os desafios da pandemia, mantivemos um público fiel. A localização, a segurança e o fluxo constante de pessoas garantem estabilidade. É um público diferenciado, que valoriza praticidade e atendimento personalizado.”
O empresário Norton Cardoso, franqueado da rede Subway, compartilha avaliação semelhante. Segundo ele, o público do Órion é altamente diversificado:
“Recebemos profissionais da saúde, pacientes, moradores da região e até estudantes — são quatro escolas no entorno. O prédio nunca para. É um ponto privilegiado.”
Um reflexo de mudanças no comportamento de consumo
O crescimento dos small shoppings não é mero acaso: ele dialoga diretamente com as transformações nos hábitos de consumo pós-pandemia, marcados por valorização da conveniência, agilidade, segurança e soluções integradas. A busca por experiências mais funcionais, com menos deslocamentos e mais resoluções num único local, pavimenta o caminho para centros de compras menores, mas altamente eficientes.
Para o urbanista e consultor de mobilidade Daniel Tavares, o conceito aponta para uma mudança estrutural nas cidades:
“Não se trata mais apenas de ir ao shopping. Trata-se de viver o shopping. Ele está inserido no nosso fluxo, na nossa agenda e nos nossos compromissos. Esse novo urbanismo comercial veio para ficar.”
O futuro é híbrido, funcional e descentralizado
À medida que as cidades se adensam e o tempo se torna cada vez mais disputado, empreendimentos como o Shopping Órion assumem um papel estratégico na reconfiguração do consumo urbano. Mais do que centros de compras, tornam-se extensões naturais da rotina, espaços híbridos onde trabalho, saúde, alimentação, beleza e finanças convivem sob o mesmo teto — ou mesmo, no mesmo elevador.
A revolução silenciosa dos shoppings de bairro já começou. E está cada vez mais próxima — literalmente — do nosso dia a dia.

