Rogério Cruz abandona a reunião e recebe críticas ao prestar contas na Câmara Municipal de Goiânia
Prefeito expõe números de sua gestão, mas deixa audiência antes de responder questionamentos; vereadores acusam desrespeito ao Legislativo.
O prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) participou, nesta sexta-feira (13), de uma audiência na Comissão Mista da Câmara Municipal de Goiânia para prestar contas do segundo quadrimestre de 2024. Sob coordenação do vereador Cabo Senna (PRD), a reunião começou com a apresentação de dados orçamentários pela Secretaria Municipal de Finanças, mas terminou em polêmica após o prefeito deixar o local alegando compromissos com a equipe de transição e o Ministério Público.
A saída precoce de Cruz foi recebida com protestos por parte de vereadores, que consideraram a atitude desrespeitosa tanto ao Poder Legislativo quanto à população de Goiânia. “O prefeito perdeu a oportunidade de dialogar diretamente sobre os problemas enfrentados na cidade, especialmente na saúde e limpeza urbana”, criticou um dos parlamentares presentes.
Cenário financeiro: crescimento de arrecadação e déficit orçamentário
Os dados apresentados pelo secretário municipal de Finanças, Cleyton Menezes, revelam um crescimento nas receitas municipais. Entre maio e agosto de 2024, a receita totalizou R$ 5,9 bilhões, representando um aumento real de 10,49% em relação ao mesmo período de 2023.
Os principais destaques foram:
- Receita tributária: R$ 2,38 bilhões (crescimento de 11,93%).
- Impostos:
- ITBI: R$ 220 milhões (+14,26%).
- ISS: R$ 849 milhões (+8,71%).
- IPTU: R$ 868 milhões (+5,99%).
Apesar do crescimento na arrecadação, o município encerrou o período com um déficit orçamentário de R$ 349 milhões, resultado de despesas totais que somaram R$ 6,28 bilhões.
Dívida consolidada em alta
Outro ponto de destaque foi o aumento expressivo da dívida consolidada líquida do município, que subiu de R$ 321 milhões em 2023 para R$ 821 milhões em 2024. Segundo Menezes, o endividamento está relacionado a investimentos em infraestrutura realizados ao longo do ano.
Saúde e Educação: desafios de alocação de recursos
A aplicação de recursos na saúde superou o mínimo constitucional exigido (15%), alcançando 24,26%. Em contraste, na educação, a Prefeitura destinou apenas 22,83% do orçamento – abaixo do mínimo de 25% previsto na Constituição. O secretário garantiu que os investimentos na área educacional serão ajustados até o fim do ano para cumprir a exigência.
Vereadores criticam ausência de diálogo
A decisão de Rogério Cruz de deixar a audiência antes de responder aos questionamentos gerou insatisfação entre os vereadores. Eles planejam convocar uma nova reunião para tratar dos problemas críticos enfrentados pela cidade, especialmente os atrasos na limpeza urbana e as falhas no sistema de saúde pública.
“O Legislativo tem o papel de fiscalizar e cobrar soluções. O prefeito deveria estar presente para responder, não para fugir”, afirmou um parlamentar.
Cenário político e desafios
Rogério Cruz, que enfrenta desafios crescentes em sua gestão, agora lida com pressões por maior diálogo e transparência. A oposição tem utilizado a situação para criticar a postura do prefeito, enquanto aliados defendem que o compromisso do chefe do Executivo com outras demandas justificaria sua ausência.
A Prefeitura ainda não comentou sobre a possibilidade de remarcar uma nova audiência.
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