Réu por feminicídios em Rio Verde acumula 112 anos de prisão após nova condenação no Tribunal do Júri
Justiça reconhece feminicídio, estupro e ocultação de cadáver em crime de extrema violência; Ministério Público sustenta tese integralmente e mantém acusado em regime fechado enquanto novo julgamento já está confirmado.

O Tribunal do Júri de Rio Verde impôs uma nova condenação severa a Rildo Soares dos Santos, acusado de uma sequência de crimes letais contra mulheres no município. Desta vez, a pena fixada alcançou 71 anos, 9 meses e 13 dias de reclusão em regime fechado, após o reconhecimento do feminicídio de Monara Pires. Com a soma das sentenças já proferidas, o réu passa a acumular 112 anos de prisão, consolidando um dos mais elevados patamares penais já aplicados pela Justiça local em casos de violência extrema.
O Ministério Público de Goiás, representado pela promotora Natália Martins, sustentou que o crime foi marcado por crueldade acentuada, motivação misógina e intenção deliberada de ocultar o corpo, tese acolhida integralmente pelos jurados. A acusação demonstrou que a vítima foi atraída para um terreno baldio sob falso pretexto, submetida a agressões brutais com instrumento contundente, violentada sexualmente e, ainda com vida, teve o corpo incendiado, em clara tentativa de eliminação de provas.
A defesa buscou afastar a qualificadora do feminicídio e pleiteou a absolvição quanto aos crimes de estupro e ocultação de cadáver, argumentação que não prosperou diante do conjunto probatório, considerado robusto pelo Conselho de Sentença. Laudos periciais, relatos técnicos e a coerência da narrativa acusatória foram determinantes para a condenação integral.
A nova sentença soma-se à condenação anterior imposta ao réu por outro homicídio qualificado, também envolvendo violência sexual, ocultação de cadáver e roubo, contra Elisângela Souza, de 26 anos. Em ambos os julgamentos, a Justiça reconheceu o padrão reiterado de violência, o que pesou decisivamente na dosimetria da pena.
Mesmo diante das condenações já impostas, Rildo Soares ainda responde a novo processo por feminicídio, relacionado à morte de Alexania Hermogenes Carneiro. A acusação sustenta que o crime decorreu de uma discussão ligada à aquisição de entorpecentes e que a vítima foi morta por meio cruel, mediante golpes de madeira, reforçando o histórico de brutalidade atribuído ao réu.
O Ministério Público avalia que as decisões refletem a aplicação rigorosa da legislação penal e da Lei do Feminicídio, além de sinalizarem uma resposta institucional firme diante de crimes que violam de forma extrema os direitos humanos e a dignidade das mulheres. A defesa segue com a prerrogativa de recorrer das decisões.
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