Radialista morre atropelado por carro de luxo na GO-070; família denuncia negligência ao volante
Silvano Lima da Silva, de 52 anos, estava encostado no veículo da família, parado no acostamento, quando foi atingido por um Audi Q3. Esposa afirma que motorista admitiu ter cochilado. Tragédia ocorreu enquanto a família se preparava para a tradicional romaria de Trindade.

O que era para ser mais uma participação em uma das tradições religiosas mais importantes de Goiás terminou em tragédia. O radialista Silvano Lima da Silva, de 52 anos, morreu no último sábado (5), após ser violentamente atropelado por um carro de luxo enquanto aguardava, com a família, o início da romaria a Trindade, na GO-070, zona rural de Inhumas, Região Metropolitana de Goiânia.
Segundo relato de Renata Rúbia Rosa, esposa da vítima, o casal estava parado no acostamento da rodovia, à espera de amigos que fariam o trajeto a pé até Trindade. Silvano, segundo ela, estava encostado na lanterna traseira esquerda do veículo da família, posicionado de ré à margem da estrada, quando foi atingido por um Audi Q3 que trafegava pela via.
“Foi tudo muito rápido. A motorista saiu da pista, invadiu o canteiro e passou por cima do meu marido. No impacto, o nosso carro chegou a girar. Ela ainda parou uns 50 metros à frente, mas não desceu de imediato”, relatou Renata, ainda abalada.
“Eu cochilei”, disse a motorista, segundo testemunha
Renata afirmou que a condutora do Audi confessou, ainda no local, que havia cochilado ao volante momentos antes do acidente. “Ela só repetia isso: ‘eu cochilei, eu cochilei’. Não dizia mais nada”, contou.
Apesar da gravidade do atropelamento, o nome da motorista não foi divulgado pelas autoridades até o momento. Procurada pela reportagem, a defesa da condutora não foi localizada até a última atualização desta matéria.
Tentativa de socorro e morte confirmada na UPA
Após o impacto, Silvano foi socorrido por testemunhas e pelo Corpo de Bombeiros, que o encaminharam à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Inhumas, mas ele já chegou sem vida à unidade hospitalar.
“Eu fiquei em choque. Não sabia se corria até o carro da motorista ou se socorria meu marido. Foi um desespero. Um homem em uma caminhonete viu a cena e ligou para os bombeiros. Ele tentou ajudar como pôde”, contou Renata.
Um nome respeitado na comunicação regional
Silvano Lima era um nome conhecido na comunicação de Inhumas e região. Atuante no rádio local, era lembrado por colegas como um profissional carismático, ético e engajado com as causas da comunidade. Também era apaixonado por bicicleta — praticava ciclismo com frequência nos finais de semana.
Pai de quatro filhos — três de um casamento anterior e uma menina de 11 anos do atual —, Silvano foi sepultado no domingo (6), sob comoção de familiares, amigos e ouvintes que acompanharam sua trajetória no rádio.
“Ele era muito família, muito querido. Um paizão. A nossa filha presenciou tudo e agora está em terapia para lidar com o trauma. Está sendo muito difícil”, desabafa a viúva.
Falta de fiscalização e a cultura da negligência
O caso reacende debates sobre segurança nas rodovias goianas e responsabilidade no trânsito, especialmente em trechos onde há concentração de romeiros e peregrinos. A GO-070 é tradicionalmente utilizada como rota por fiéis que seguem a pé para Trindade, e mesmo assim, há registros frequentes de acidentes.
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) classifica o cochilo ao volante como uma infração gravíssima quando associado a lesão ou morte, podendo caracterizar homicídio culposo, se comprovada negligência.
A Polícia Científica realizou perícia no local e o caso está sendo investigado pela Delegacia de Polícia Civil de Inhumas. A expectativa é que a condutora seja ouvida nos próximos dias.
Esperança por Justiça
A família agora clama por Justiça. “O que queremos é que o nome do Silvano não seja apenas mais um número nas estatísticas. Queremos responsabilização. Ele era tudo para nós”, afirma Renata.
Organizações de comunicação e entidades religiosas locais preparam homenagens ao radialista, cuja voz agora silenciou, mas cujo legado segue vivo nas lembranças de quem o conheceu — no microfone, no pedal, e na fé que o levava à romaria todos os anos.
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