Quadrilha interestadual que furtava bancos pelo teto é desarticulada em Luziânia: prejuízo ultrapassa R$ 1 milhão
Grupo usava ferramentas de precisão e planejamento minucioso para invadir agências bancárias em cinco estados. Dois homens foram presos em operação da Polícia Civil de Goiás; apenas em Goiás, o prejuízo chega a R$ 280 mil.
A Polícia Civil de Goiás desarticulou, nesta quinta-feira (15), parte de uma organização criminosa interestadual especializada em furtos sofisticados a agências bancárias. A operação, coordenada pelo Grupo Antirroubo a Banco (GAB/DEIC) em conjunto com a 5ª Delegacia Regional de Luziânia, resultou na prisão de dois homens suspeitos de envolvimento em um esquema que já causou prejuízo superior a R$ 1 milhão em cinco estados brasileiros: Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso e Rio de Janeiro.
Segundo o delegado Eduardo Gomes, responsável pelas investigações, os criminosos atuavam com um modus operandi meticuloso, que envolvia invasões noturnas pelo teto das agências, corte de energia, neutralização de sistemas de monitoramento e abertura dos cofres dos caixas eletrônicos com ferramentas especializadas como furadeiras, esmerilhadeiras e serras-copo.
Crimes organizados e tecnológicos
A quadrilha não apenas roubava dinheiro — ela driblava sistemas de segurança avançados com engenharia de precisão, sempre com ações planejadas em detalhes. Conforme detalhou Gomes em entrevista coletiva:
“Eles chegavam à cidade com antecedência, faziam reconhecimento do entorno da agência e, no dia da ação ou na véspera, desligavam o padrão de energia para verificar a resposta das empresas de segurança terceirizadas. Como não houve retorno neste caso, entraram pelo teto, cortaram os fios do sistema de câmeras e iniciaram o furto”, explicou o delegado.
Em um dos casos mais emblemáticos, registrado em dezembro de 2023 em uma agência bancária de Goiás, a dupla foi responsável pelo furto de R$ 280 mil em espécie, valor que teria sido subtraído diretamente dos compartimentos traseiros dos caixas eletrônicos, após serem abertos por ferramentas de alta potência.
Mandados em aberto e reincidência criminal
Entre os dois presos na ação desta semana, um deles é considerado foragido da Justiça, com três mandados de prisão em aberto pelos crimes de furto qualificado, roubo e associação criminosa. O outro detido também tem passagens e será autuado por organização criminosa e furto qualificado, crimes que, somados, podem ultrapassar os 10 anos de reclusão.
A Polícia Civil ainda trabalha para identificar e localizar os demais integrantes do grupo, que pode contar com cúmplices logísticos e técnicos em diferentes estados, dada a abrangência e complexidade dos crimes. “Não era um grupo qualquer. Eles tinham organização, tecnologia, e contavam com informações precisas sobre horários e vulnerabilidades dos sistemas bancários”, afirmou uma fonte da investigação.
Impacto e novas medidas de segurança
O caso reacende o alerta entre instituições financeiras sobre a vulnerabilidade física de agências diante de ações organizadas, mesmo em regiões metropolitanas com maior policiamento. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirmou, em nota, que as instituições “investem continuamente em segurança eletrônica e protocolos internos, mas que ações criminosas cada vez mais sofisticadas exigem integração constante com as forças de segurança pública”.
A Polícia Civil de Goiás reforçou que segue com diligências para recolher provas técnicas e perícias complementares nos locais dos furtos, além de analisar o modo de atuação da quadrilha em cada estado para avaliar se houve apoio interno ou uso de informações privilegiadas.
Resumo do Caso:
- Criminosos presos: dois homens, um deles foragido com três mandados abertos;
- Prejuízo em Goiás: R$ 280 mil (dezembro de 2023);
- Abrangência: crimes em pelo menos cinco estados;
- Total estimado de prejuízo: mais de R$ 1 milhão;
- Modus operandi: entrada pelo teto, desligamento da energia, corte de fios de monitoramento e abertura dos cofres com ferramentas industriais.
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