Professores de Goiânia e Aparecida paralisam atividades em defesa de piso salarial e melhores condições de trabalho
Mobilização integra a 26ª Semana Nacional em Defesa da Educação Pública e pressiona por cumprimento de leis federais, plano de carreira e redução da carga horária

Centenas de professores e profissionais da educação paralisaram as atividades, nesta quarta-feira (23/04), em mais de 100 unidades escolares de Goiânia e Aparecida de Goiânia, em um ato de reivindicação por direitos básicos como o cumprimento do piso salarial nacional do magistério, redução da jornada de trabalho e aprovação de um novo plano de carreira. A mobilização integrou a 26ª Semana Nacional em Defesa da Educação Pública, promovida pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação).
Em Goiás, o movimento foi articulado pelo Sintego (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás), que denunciou o não pagamento do piso em várias redes municipais, além da sobrecarga imposta aos professores da rede estadual. “Seguimos com o piso salarial descumprido em Goiânia e com uma jornada de trabalho que contraria a legislação nacional. Em vez de avanços, enfrentamos retrocessos”, afirmou a presidente do sindicato e deputada estadual, Bia de Lima.
A paralisação, de caráter pontual, foi marcada por atos simbólicos, aulas públicas e panfletagens em frente às escolas, com o objetivo de chamar atenção da sociedade para os entraves enfrentados pelos trabalhadores da educação. Professores de Aparecida de Goiânia também aderiram ao movimento.
Reivindicações principais:
- Cumprimento integral do piso nacional do magistério;
- Redução da carga horária semanal para 26 horas, conforme diretriz federal;
- Aprovação e implementação de um novo plano de carreira;
- Realização de concurso público para efetivar profissionais;
- Gestão democrática das escolas;
- Valorização dos administrativos escolares.
De acordo com o Sintego, a atual gestão da Prefeitura de Goiânia ainda não apresentou resposta concreta sobre o pagamento do piso, em vigor desde janeiro, tampouco avançou na discussão sobre a carreira dos profissionais. “É uma luta que se arrasta há anos e não pode ser mais empurrada com promessas”, completou Bia.
A Secretaria Municipal de Educação (SME) informou, em nota, que “a atual gestão é sensível às demandas apresentadas e mantém o compromisso com o diálogo e a valorização dos profissionais”, mas não detalhou quais providências foram ou serão tomadas.
Na rede estadual, apesar de a Seduc (Secretaria de Estado da Educação) afirmar que as aulas transcorreram normalmente, o Sintego aponta descontentamento com o aumento da carga horária, imposto após alterações na legislação estadual, que elevou a jornada além da média nacional. “Goiás, que deveria ser exemplo, impõe aos professores uma das maiores jornadas do Brasil”, denuncia o sindicato.
Próximos passos
Durante a paralisação, os trabalhadores aprovaram a convocação de uma nova assembleia geral, com indicativo de greve, caso as demandas sigam ignoradas. Segundo a categoria, a valorização dos profissionais da educação é condição básica para garantir ensino de qualidade e dignidade no exercício da profissão.
ENTENDA A SEMANA NACIONAL DA EDUCAÇÃO
Criada pela CNTE, a Semana Nacional em Defesa da Educação Pública é realizada anualmente e busca mobilizar profissionais da educação de todo o país em torno de pautas estruturantes para o setor. A edição de 2025 tem como tema: “Escola pública não é negócio: por políticas públicas que valorizem a educação”.
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