Procon Goiás revela variação de até 148% nas mensalidades escolares em Goiânia para 2026
Levantamento em 44 colégios da capital mostra grandes disparidades entre regiões; órgão orienta pais sobre reajustes, transparência e direitos previstos em lei

Com o fim do ano letivo se aproximando, a preocupação com os custos escolares para 2026 já domina o orçamento de muitas famílias goianienses. Para orientar os consumidores e garantir mais transparência no processo de matrícula, o Procon Goiás divulgou uma ampla pesquisa comparativa de mensalidades em 44 colégios particulares de Goiânia, realizada entre os dias 27 e 31 de outubro.
O levantamento, que analisou valores praticados em quatro regiões da cidade — norte, centro-oeste, sul e sudoeste —, revelou diferenças que chegam a 148,64% entre instituições que oferecem o mesmo nível de ensino. A pesquisa também incluiu escolas bilíngues, concentradas principalmente no Setor Marista.
Diferenças expressivas entre regiões
A maior discrepância foi identificada na 3ª série do ensino médio em escolas da região norte, onde os preços variam de R$ 1.324 a R$ 3.292,01, diferença de quase R$ 2 mil. No mesmo setor, o maternal II apresentou variação de 145%, com mensalidades entre R$ 836 e R$ 2.055.
Na região centro-oeste, o 9º ano do ensino fundamental registrou variação de 104,84%, com valores entre R$ 1.657,15 e R$ 3.255. Já na região sul, o destaque foi a 1ª série do ensino médio, com diferença superior a 103% — entre R$ 2.068 e R$ 4.200.
A região sudoeste teve a menor disparidade percentual, mas ainda significativa: 87,28% na 5ª série do fundamental, com preços de R$ 1.194 a R$ 2.237.
Entre as escolas bilíngues, todas localizadas no Setor Marista, a maior diferença ocorreu no 6º ano do ensino fundamental, variando de R$ 2.975 a R$ 3.697,29.
A pesquisa completa, com planilhas e relatórios detalhados, está disponível no site oficial do órgão: www.procon.go.gov.br.
Transparência e direitos do consumidor
O Procon reforça que os pais e responsáveis devem exigir clareza nos critérios de reajuste das mensalidades, conforme determina a Lei Federal nº 9.870/1999. O aumento precisa ser justificado por planilhas de custos, que incluam despesas operacionais, investimentos pedagógicos, reajustes salariais e variação inflacionária.
Essas informações devem estar acessíveis aos responsáveis antes da matrícula. O órgão alerta também que todo material ou serviço incluso no valor da mensalidade — como sistema de ensino, agenda e atividades extracurriculares — precisa estar claramente especificado no contrato.
Após a matrícula, recomenda-se guardar cópias dos contratos e comprovantes de pagamento, pois servem como respaldo em caso de questionamentos.
Inadimplência e sanções proibidas
Mesmo em casos de inadimplência, as escolas não podem aplicar penalidades pedagógicas, como suspensão de provas, retenção de documentos ou constrangimentos públicos. Conforme o Procon, a instituição pode negar a renovação da matrícula para o ano seguinte, mas apenas ao término do período letivo.
Com a pesquisa, o Procon Goiás busca não apenas informar, mas promover o equilíbrio nas relações de consumo e estimular a transparência no setor educacional privado. O órgão reforça que os pais devem comparar valores, infraestrutura e proposta pedagógica antes de definir a escola dos filhos — lembrando que diferenças expressivas de preço nem sempre refletem proporcionalmente a qualidade do ensino oferecido.
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