Prevenção da Obesidade: Endocrinologista Alerta para os Riscos e Fatores Associados à Doença
Especialistas explicam causas, sinais e a importância do diagnóstico precoce para a prevenção e tratamento da obesidade, que afeta milhões de brasileiros.
A obesidade, considerada uma das principais preocupações de saúde pública no Brasil e no mundo, vai muito além de uma questão estética. Renata Pinto Camia, endocrinologista e consultora do Sabin Diagnóstico e Saúde, ressalta que a obesidade é uma doença multifatorial, cujas causas estão ligadas à má alimentação, sedentarismo, fatores genéticos, hormonais, psicológicos e ambientais. O tratamento eficaz envolve mudanças de hábitos e acompanhamento médico regular, sendo essencial evitar complicações graves, como doenças cardíacas e diabetes.
Prevenção: Hábitos Saudáveis e Monitoramento Contínuo
Segundo a médica, a prevenção da obesidade começa com mudanças no estilo de vida, principalmente por meio da adoção de uma alimentação equilibrada e da prática regular de atividades físicas. No entanto, apenas mudanças de rotina não são suficientes: o acompanhamento médico é crucial para monitorar a saúde e verificar possíveis alterações hormonais ou metabólicas.
“A obesidade não pode ser vista apenas como uma questão de aparência. Ela é uma doença séria, com impacto direto na qualidade de vida e na saúde física e mental dos pacientes”, alerta Renata.
A especialista frisa a importância de diagnosticar precocemente a obesidade, o que permite iniciar o tratamento antes que as complicações se tornem irreversíveis. “O tratamento deve ser abrangente e incluir aspectos médicos, psicológicos e nutricionais”, completa.
Sintomas e Diagnóstico da Obesidade
O ganho de peso visível é o sintoma mais comum, mas outros sinais, como o cansaço constante e a falta de energia, também podem indicar a necessidade de uma avaliação médica. Essas sensações estão diretamente associadas à sobrecarga do corpo pelo excesso de peso. No entanto, o diagnóstico da obesidade vai além da balança.
“O cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) ainda é a principal ferramenta usada para diagnosticar a obesidade. Um IMC entre 25 e 29,9 indica sobrepeso, enquanto valores acima de 30 já caracterizam obesidade”, explica a endocrinologista.
Além do IMC, Renata ressalta que a circunferência abdominal também é um indicador importante, pois o acúmulo de gordura nessa região está ligado a um risco maior de doenças cardiovasculares. Ela destaca ainda que exames complementares, como ultrassonografia de abdômen e densitometria corporal, ajudam a avaliar a distribuição de gordura e a saúde geral do paciente.
Exames e Avaliações Complementares
O diagnóstico da obesidade e seus riscos associados pode ser complementado por uma série de exames laboratoriais. Luciana Figueira, bioquímica e coordenadora técnica do Sabin, ressalta a importância dos exames de sangue regulares, especialmente para pacientes com histórico familiar de doenças metabólicas. “Exames como o de glicose, colesterol e triglicerídeos são fundamentais para avaliar o risco de condições associadas à obesidade, como diabetes tipo 2 e doenças cardíacas“, afirma.
Além disso, o monitoramento da função tireoidiana por meio dos testes de TSH e T4 livre pode ser essencial. Distúrbios hormonais, como o hipotireoidismo, podem levar ao ganho de peso e à obesidade, dificultando o controle do peso corporal. “Quando a glândula tireoide não produz hormônios suficientes, o metabolismo fica mais lento, o que facilita o ganho de peso. O diagnóstico precoce dessa condição é crucial para evitar o agravamento da obesidade”, explica Renata.
Impacto de Medicamentos no Controle do Peso
Outro ponto de atenção destacado pela endocrinologista é o uso de medicamentos que podem interferir no controle de peso. “Alguns medicamentos, especialmente antidepressivos e estabilizadores de humor, têm um impacto significativo no metabolismo e podem contribuir para o ganho de peso. Por isso, é fundamental que qualquer tratamento seja acompanhado por um médico, para avaliar os benefícios e ajustar as dosagens, se necessário”, orienta.
Obesidade: Um Desafio Global
A obesidade é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma epidemia global. No Brasil, cerca de 20% da população adulta está acima do peso ideal, e os números seguem em crescimento. O tratamento da obesidade envolve uma abordagem multidisciplinar, incluindo endocrinologistas, nutricionistas e psicólogos, a fim de garantir um suporte integral ao paciente.
“A obesidade deve ser tratada com a seriedade que merece. Além de afligir milhões de pessoas em todo o mundo, ela está diretamente ligada ao desenvolvimento de outras doenças crônicas graves, como a hipertensão e a aterosclerose”, conclui Renata Pinto Camia.
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