Falsa enfermeira é presa em flagrante em Goiânia com diploma falso e produtos vencidos
Prisão de “Dra. Diana” em Goiânia reforça vínculo com organização chefiada pela ex-miss Luana Nadejda Jaime, foragida na lista da Interpol; esquema usava clínicas clandestinas e diplomas falsos para atrair vítimas e causar danos graves.
A prisão na sexta-feira (6) da falsa “enfermeira estética” Diana Marinho – conhecida como “Dra. Diana” – em uma clínica clandestina no Setor Urias Magalhães desencadeou uma rede de fraudes e riscos à saúde pública que envolve procedimentos invasivos, risco de morte e conexões diretas com uma organização liderada por Luana Nadejda Jaime, ex-miss pronta para integrar a lista da Interpol de procuradas.
Clínica clandestina em Goiânia opera sem controle sanitário
Na operação da Polícia Civil, a equipe de investigadores comandada pelo delegado Humberto Teófilo encontrou na clínica de Diana medicamentos vencidos, produtos não registrados na Anvisa e materiais descartáveis reutilizados — infrações graves à legislação sanitária. Ela também usava diploma e carteira do Coren-GO falsificados e foi autuada por exercício ilegal da profissão, uso de documentos falsos e comercialização de produtos terapêuticos irregulares.
A chefe: ex-miss internacional foragida e suspeita de lesões
A ex-miss Luana Nadejda Jaime, 45 anos, campeã do concurso internacional realizado em Arequipa (Peru), em 2024, transformava seu prestígio em ferramenta de engodo, atraindo clientes para clínicas estéticas que prometiam procedimentos inovadores, mas aplicados por pessoas sem formação ou registro legal.
Ela acumula pelo menos quatro denúncias por lesão corporal, incluindo o caso de um homem que perdeu a funcionalidade genital após realização de preenchimento peniano — procedimento que resultou em impotência. Outra paciente precisou ser internada em UTI por complicações pós-procedimento administrado por Maria Silvânia, estudante de biomedicina online que confessou ter feito especialização sob orientação de Luana e também utilizava registro do Coren obtido com diploma falso.
Após ordem de prisão preventiva e diligências da Interpol, Luana fugiu para a Europa. A delegada Déborah Melo confirmou o mandado internacional (Red Notice), mas afirma que ainda não há localização precisa.
Agentes cúmplices: clínica de Aparecida também é alvo
Em operação simultânea, Maria Silvânia foi presa em Aparecida de Goiânia. Ela divulgava-se como enfermeira estética e era proprietária da “Lunar – Espaço de Estética Corporal”. Investigações mostraram que ela não tinha registro legal, mas aplicava procedimentos invasivos oferecendo resultados rápidos e seguros — mesmo sem formação ou autorização.
A prisão culminou com interdições sanitárias locais e reforçou o modus operandi da quadrilha: diplomas e registros falsos, cursos online não reconhecidos, marketing agressivo nas redes sociais e aplicação de substâncias potencialmente perigosas por operadores não habilitados.
Riscos graves e impactos confirmados
- Impotência: um homem perdeu completamente a função do pênis após preenchimento íntimo.
- Internação em UTI: pelo menos uma mulher foi hospitalizada após procedimento estético aplicado por Maria Silvânia.
- Risco mortal: casos confirmados de septicemia e complicações graves de saúde.
Desdobramentos e desafios no combate ao crime estético
As ações enfatizam a necessidade de integração entre Polícia Civil, Anvisa, Vigilâncias Sanitárias e Coren para fiscalização ativa. Com a liderança de Luana foragida, a investigação agora engloba:
- Localização e extradição da ex-miss via Interpol.
- Encerramento de clínicas clandestinas em Goiânia, Aparecida e outras cidades.
- Responsabilização judicial abrangente — penal, administrativa e civil — tanto das operadores quanto dos possíveis fornecedores de medicamentos.
Ameaça à saúde pública e lições necessárias
Além das fraudes, esse caso expõe a fragilidade do setor de estética que oferece tratamentos estéticos técnicos sem regulação. A sociedade precisa de:
- Maior visibilidade de campanhas informativas sobre cuidados estéticos regulamentados.
- Penalização severa de quem pratica sem habilitação, para evitar novas tragédias.
- Fortalecimento dos conselhos e órgãos sanitários, por meio de ações coordenadas e fiscalização intensiva.
O caso é um alerta urgente para todos: a busca por beleza não pode se confundir com risco de vida. A prisão de Diana é apenas um passo; nos passos seguintes, espera-se que toda a rede, liderada por Luana Nadejda Jaime, seja desmascarada e punida com rigor — em nome da saúde e da segurança da população.
Nota do Coren sobre a falsa enfermeira Diana Marinho
O Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO) vem a público informar que tomou conhecimento sobre o caso de uma profissional de enfermagem suspeita de estar atuando na área estética de maneira irregular. É preciso ressaltar que a especialidade só pode ser exercida por enfermeiro devidamente habilitado.
Neste momento, informamos que todas as medidas cabíveis quanto à investigação e apuração das denúncias estão sendo tomadas. Além disso, estamos à disposição da sociedade, imprensa e outros órgãos competentes, que atuarão no caso, para os devidos esclarecimentos pertinentes.
Enquanto órgão que normatiza e fiscaliza o exercício profissional da categoria em todo o estado, reiteramos nosso compromisso com a ética, a legalidade e a transparência. Assim que concluída a apuração, todos os dados e resultados serão devidamente comunicados e as providências adequadas serão feitas
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