Prefeitura de Goiânia projeta superávit recorde de mais de R$ 1 bilhão e indica fim do decreto de calamidade financeira
O secretário de Fazenda, Valdivino Oliveira, afirma que a gestão municipal desenvolveu “sistema de planejamento adequado” para reverter rombo histórico; cenário de calamidade não será renovado para 2026.

A Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz), estima que encerrará o exercício de 2025 com um superávit entre R$ 1 bilhão e R$ 1,2 bilhão — o maior resultado já projetado na história da capital goiana. A estimativa foi anunciada pelo secretário Valdivino Oliveira, que atribuiu o avanço a um conjunto de medidas de planejamento, austeridade e reorganização da máquina administrativa.
Segundo Oliveira, o Estado de calamidade financeira declarada no início da gestão municipal está prestes a perder efeito — “já cumprimos o caminho que queríamos”, declarou — e não haverá prorrogação para 2026.
Contexto fiscal
O ponto de partida da atual administração foi um cenário complicado: Vários relatórios apontavam déficit acumulado e compromissos financeiros que deixavam a Prefeitura vulnerável. Em entrevista concedida em janeiro, o próprio secretário Valdivino mencionou uma dívida que poderia chegar a R$ 3,4 bilhões.
No primeiro quadrimestre de 2025, o relatório de contas já apontava um superávit orçamentário de R$ 705 milhões para a cidade — antigo recorde para o período.
Esses resultados impulsionam o discurso da gestão de que os ajustes foram profundos, abrangendo digitalização de processos, centralização de compras, revisão de contratos e otimização da arrecadação, especialmente por meio da modernização do ITBI, IPTU e do ISS.
A Nova Gestão e os Planos para 2026
O superávit projetado precede uma virada simbólica da prefeitura, segundo o próprio secretário: “Hoje, a Prefeitura é completamente diferente de dez meses atrás”. O ambiente de calamidade, que exigiu medidas emergenciais, cederá espaço a um modelo de governança sob controle orçamentário mais firme.
O decreto de calamidade financeira, utilizado como instrumento pedagógico de ajuste, será suspenso, abrindo caminho para a administração investir em áreas prioritárias sem as amarras excepcionais que caracterizaram o início da gestão.
Significância e desafios
Alcançar um superávit neste montante representa não apenas um feito contábil, mas uma mudança estratégica: possibilita a liberação de recursos para investimento e reduz o risco de restrições da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Contudo, o cenário exige cautela. A sustentabilidade do resultado dependerá da manutenção de receitas, da contenção de gastos e do cumprimento dos limites fiscais. A administração reconhece que não há margem para retrocessos e que cada secretariado deverá seguir as diretrizes de austeridade e planejamento.
A projeção recorde da Prefeitura de Goiânia sinaliza uma guinada na retórica e nas finanças públicas da capital. Se as metas forem confirmadas, marcarão o fim de um ciclo de apertos e o início de uma fase de investimentos com maior margem de manobra. Resta à gestão transformar a estratégia em execução concreta e manter vigilância sobre os riscos inerentes ao ambiente econômico e à arrecadação municipal.
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