Prefeito Sandro Mabel anuncia R$ 200 milhões para digitalizar gestão pública e combater sonegação em Goiânia
Plano ousado da prefeitura prevê modernização total da máquina administrativa até 2026. Em parceria inédita com o Estado, cooperação técnica visa cruzar dados para reduzir perdas estimadas em R$ 400 milhões por ano em sonegação fiscal.
Em um movimento estratégico sem precedentes na história administrativa de Goiânia, o prefeito Sandro Mabel anunciou, nesta quarta-feira (4/6), durante live promovida pelo Conselho Regional de Contabilidade de Goiás (CRC-GO), um robusto plano de investimento superior a R$ 200 milhões destinado à completa digitalização da gestão municipal até 2026. O anúncio foi feito no contexto da apresentação do Termo de Cooperação Técnica entre o município e o Estado de Goiás, voltado ao combate à sonegação fiscal e à modernização do controle de arrecadação.
“Estamos corrigindo décadas de atraso. A prefeitura, até hoje, operava com sistemas defasados. O que estamos propondo é uma transformação estrutural, um novo tempo para a administração pública de Goiânia”, destacou Sandro Mabel. Segundo o prefeito, R$ 60 milhões já estão previstos para investimento emergencial em tecnologia ainda em 2025.
Parceria com o Estado e setor contábil é pilar do plano
A iniciativa da Prefeitura de Goiânia vai além da informatização interna. O Termo de Cooperação Técnica assinado com a Secretaria da Economia de Goiás no último dia 14 de maio prevê integração de bancos de dados, ações conjuntas de fiscalização tributária e compartilhamento de inteligência fiscal, com apoio técnico da Sefaz.
A presidente do CRC-GO, Sucena Hummel, que mediou o evento virtual, destacou o papel da categoria contábil como elo entre o setor público e o empresariado. “A contabilidade é a ponte entre o cidadão, o poder público e o setor produtivo. Por isso, a abertura da gestão para esse diálogo técnico é essencial”, frisou.
Sonegação em Goiânia chega a meio bilhão por ano, alerta Sefaz
Durante o encontro virtual, o secretário da Economia, Valdivino de Oliveira, foi categórico ao apresentar o panorama fiscal da capital. Segundo ele, Goiânia perde cerca de R$ 400 milhões por ano em arrecadação devido à sonegação fiscal, o que representa algo entre 40% e 50% do potencial de receita do município.
“Temos um sistema antigo, que permite brechas. Precisamos modernizar, cruzar dados e agir de forma integrada com os municípios. O contribuinte que paga corretamente precisa ser valorizado. E isso passa por uma máquina eficiente, rápida e transparente”, afirmou Valdivino.
Desafio histórico: “Encontramos a casa desorganizada”
Em tom realista, Mabel admitiu que herdou uma prefeitura “desorganizada e tecnologicamente atrasada”, e que os esforços de modernização envolvem também reestruturação interna, qualificação de servidores e revisão de processos obsoletos. “É um desafio gigante. Mas é também uma oportunidade histórica de entregar à população uma gestão ágil, inteligente e voltada ao cidadão”, afirmou o prefeito.
Participaram da transmissão, além do prefeito e do secretário da Economia, o superintendente de Administração Tributária, Victor Barreto, o superintendente de Inteligência e Tecnologia, Abelardo Sanches, e o chefe de gabinete da Sefaz, Sérgio Augusto.
Transparência, produtividade e economia: os três pilares da nova gestão
O projeto de digitalização promete não apenas controle fiscal, mas também redução de gastos operacionais, desburocratização de serviços e melhora no atendimento ao cidadão. Os primeiros resultados devem começar a ser sentidos ainda este ano, com a implantação de plataformas integradas, atendimento digital e novos sistemas tributários com inteligência artificial para auditoria e fiscalização.
Com a promessa de transformar a administração municipal em uma das mais modernas do país, a gestão de Sandro Mabel sinaliza um novo capítulo para Goiânia. O plano de digitalização, somado ao esforço conjunto com o Estado, não apenas reforça o combate à sonegação, mas também coloca a capital goiana em rota de eficiência e inovação pública — sem precedentes.
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