Polícia Federal desmantela esquema de fabricação de armas em impressoras 3D, em Goiânia
Operação Última Impressão mira fabricação e montagem ilegal de armas de fogo; investigado usava aplicativos para disseminar tutoriais e vender insumos.
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (5) a Operação Última Impressão, com o objetivo de combater a fabricação ilegal de armas de fogo em Goiânia. A ação envolve o cumprimento de dois mandados de busca e apreensão na capital goiana, em endereços ligados a um suspeito que utilizava tecnologia de impressão 3D para a confecção e montagem de armamentos.
Como o esquema funcionava
Segundo a investigação, o suspeito compartilhava tutoriais detalhados em um aplicativo de mensagens, ensinando o passo a passo para fabricar armas utilizando impressoras 3D. Além disso, ele fornecia links para a aquisição de insumos necessários à montagem, como filamentos de plástico de alta resistência, componentes metálicos e outros itens específicos.
Os tutoriais eram acompanhados de orientações sobre como adquirir peças de difícil rastreamento, utilizando mercados paralelos e redes online especializadas. O modelo de negócio levantou preocupações, pois facilitava o acesso a armamentos mesmo para pessoas sem histórico criminal.
Tecnologia como aliada do crime
A utilização de impressoras 3D na fabricação de armas representa um desafio crescente para as autoridades de segurança pública. Este método permite a produção de armamentos com peças plásticas que não são facilmente detectadas por detectores de metal. Além disso, a impressão 3D oferece a possibilidade de criar armas de baixo custo e alta letalidade, contribuindo para a disseminação de armamentos ilegais.
Criminalização e penalidades
De acordo com o Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003), fabricar, vender ou fornecer armas de fogo de forma ilegal é crime, com penas que variam de seis a doze anos de reclusão, além de multa. A Polícia Federal reforçou que qualquer atividade que envolva a confecção de armas sem a devida autorização constitui uma violação grave à legislação brasileira.
Nome da operação
A operação foi batizada de Última Impressão, em alusão ao combate às atividades ilegais que utilizam a tecnologia de impressão 3D. O nome também remete à determinação da Polícia Federal em coibir práticas que ameaçam a segurança pública e desafiam as capacidades de monitoramento do Estado.
Próximos passos da investigação
Todo o material apreendido nos mandados, incluindo equipamentos eletrônicos, impressoras 3D e insumos, será submetido à análise pericial. A Polícia Federal busca identificar possíveis compradores, cúmplices e a extensão da rede criminosa, com o objetivo de desmantelar toda a cadeia de fabricação e distribuição.
A operação reforça o alerta para o uso indevido de tecnologias avançadas em atividades ilícitas, destacando a importância da vigilância constante e do desenvolvimento de estratégias inovadoras para combater novas modalidades de crime.
Contexto e impacto
O uso de impressoras 3D na fabricação de armas ilegais é uma tendência preocupante em escala global. Este caso em Goiás destaca a necessidade de regulamentação tecnológica mais rigorosa e da ampliação de parcerias entre autoridades de segurança pública e especialistas em tecnologia para prevenir a proliferação dessa prática no Brasil.
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