8 de dezembro de 2025
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Polícia fecha hospital que operava ilegalmente em Goiânia; pacientes eram atendidos em UTI sem médicos

Hospital Renaissance, no Setor Marista, seguia atendendo pacientes mesmo após interdição total. Funcionários estavam com salários atrasados e sem FGTS. Unidade operava UTI sem equipe médica completa.
Polícia fecha hospital que funcionava mesmo interditado, em Goiânia; gestor é preso (Foto: PCGO)

Em uma operação conjunta entre a Polícia Civil de Goiás (PCGO) e a Vigilância Sanitária do Município, o Hospital Renaissance, localizado no Setor Marista, foi interditado e fechado nesta quinta-feira (15), após flagrante de funcionamento irregular, mesmo após determinação legal de interdição total da unidade desde o dia 6 de maio. O gestor do hospital foi preso em flagrante, acusado de desobedecer decisão do poder público e colocar pacientes e profissionais em risco.

Segundo a investigação conduzida pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), a unidade hospitalar seguia atendendo normalmente, inclusive com pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e no ambulatório, mesmo sem condições adequadas de funcionamento, equipe médica completa e estrutura sanitária mínima.

“Nem o abrigo de resíduos estava em conformidade. Os riscos eram graves e contínuos”, afirmou o delegado responsável pelo caso, Humberto Teófilo.


Interdição ignorada e riscos à saúde pública

O Hospital Renaissance havia sido parcialmente interditado no dia 30 de abril por decisão da Vigilância Sanitária municipal, que identificou uma série de irregularidades graves, entre elas ausência de insumos essenciais, problemas estruturais e descumprimento de protocolos de segurança hospitalar.

A situação se agravou, levando à interdição total em 6 de maio. Mesmo assim, conforme apurado, o hospital não apenas manteve atendimentos, como ocultou a interdição de pacientes e operadoras de saúde. O caso foi denunciado formalmente por fiscais da Vigilância Sanitária que, durante uma nova vistoria realizada nesta quarta-feira (14), comprovaram a continuidade das atividades hospitalares, inclusive com pacientes em estado grave internados na UTI.

A unidade, de médio porte e com histórico de atendimentos particulares e por planos de saúde, estava operando clandestinamente, desrespeitando de forma deliberada normas sanitárias básicas.


Trabalhadores em situação crítica

Além do risco sanitário imposto aos pacientes, as investigações revelaram que os funcionários do hospital estavam com salários atrasados e sem depósito de FGTS há meses. Muitos sequer sabiam da interdição e continuavam desempenhando funções em uma estrutura precarizada e sem respaldo legal.

O delegado Humberto Teófilo classificou a situação como “grave violação de direitos trabalhistas e humanos”, e ressaltou que os trabalhadores também eram vítimas, uma vez que não foram informados sobre a situação jurídica do hospital.


Prisão e providências

O administrador da unidade, que não teve a identidade revelada, foi preso em flagrante por infringir determinação do poder público (artigo 330 do Código Penal), podendo ainda responder por outros crimes, como exposição ao risco à saúde alheia e fraude contra consumidores e planos de saúde.

“Continuaram recebendo pacientes, cobrando de operadoras de saúde e enganando todos os envolvidos. Isso é um atentado à saúde pública”, reforçou o delegado.

O hospital foi esvaziado sob supervisão das autoridades, e os pacientes transferidos para outras unidades. O caso será investigado em profundidade pela PCGO, em conjunto com o Ministério Público de Goiás (MPGO) e a Secretaria Municipal de Saúde, que devem apurar possíveis crimes cíveis, penais e sanitários.


Consequências administrativas e penais

A Vigilância Sanitária confirmou que o hospital não tem autorização para retomar as atividades e que uma nova tentativa de funcionamento poderá resultar em interdição compulsória com força policial e cassação definitiva de alvarás.

A Prefeitura de Goiânia informou que abrirá processo administrativo contra a gestão do hospital. Já o Ministério Público deve avaliar a responsabilização civil da empresa mantenedora.

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Marcus

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