Polícia Civil desarticula grupo criminoso que usava empresas falsas para aplicar golpes e apreende R$ 1,5 milhão em carros de luxo
Organização usava empréstimos fraudulentos para extorquir vítimas, aplicando ameaças e causando impactos devastadores em suas vidas. Operação também apreendeu drogas e equipamentos utilizados na produção de entorpecentes.
A Polícia Civil de Goiás realizou nesta quinta-feira (27) uma operação que desarticulou um esquema criminoso de empréstimos fraudulentos, culminando na apreensão de três carros de luxo avaliados em R$ 1,5 milhão e na prisão de integrantes de uma organização suspeita de extorsão e tráfico de drogas. O grupo utilizava empresas falsas para atrair vítimas, oferecendo empréstimos com juros exorbitantes e condições abusivas.
Como funcionava o esquema
De acordo com o delegado Gil Bathaus, responsável pela investigação, o grupo prometia empréstimos rápidos e acessíveis, mas incluía cláusulas que tornavam os contratos praticamente impossíveis de cumprir. As vítimas enfrentavam altos juros e cobranças semanais, o que dificultava o pagamento. Quando os devedores não conseguiam honrar os compromissos, os criminosos iniciavam um processo de ameaças intensas e tentavam tomar os bens das vítimas.
“Os pagamentos semanais sufocavam financeiramente as vítimas. Quando não conseguiam pagar, o grupo ameaçava suas vidas e patrimônios, causando situações desesperadoras”, explicou o delegado.
Vítimas aterrorizadas
O impacto nas vítimas foi devastador. Em alguns casos, pessoas foram forçadas a abandonar suas casas, fechar comércios e até mudar de cidade. Uma das histórias mais chocantes envolveu uma mulher que, sob ameaça de violência contra seu filho, acabou se prostituindo para tentar quitar a dívida.
Operação e apreensões
A operação cumpriu quatro mandados de prisão e outros quatro de busca e apreensão em Goiânia e cidades da Região Metropolitana. Além dos veículos de luxo, a polícia confiscou uma grande quantidade de drogas e equipamentos relacionados ao tráfico, incluindo:
- 5 quilos de cocaína pura;
- 25 quilos de insumos para diluição da droga;
- Prensas e outros materiais utilizados na produção de entorpecentes.
“A primeira fase da investigação prendeu motoqueiros que faziam as cobranças e alugavam contas bancárias. Agora, subimos na hierarquia, chegando ao gerente e ao chefe da organização, que mantinha contato limitado até mesmo com seus subordinados”, detalhou Bathaus.
Estrutura do grupo criminoso
O grupo operava com uma estrutura organizada e divisão de funções:
- Falsificação de documentos para criação de empresas fictícias;
- Motoqueiros responsáveis pelas cobranças e entrega de ameaças;
- Gerentes que coordenavam as operações financeiras;
- Um líder central, com quem poucos membros tinham contato direto.
Próximos passos
A Polícia Civil segue com as investigações para rastrear todos os envolvidos na organização e localizar possíveis bens adquiridos com os lucros ilícitos. Os suspeitos presos podem responder por crimes como extorsão, falsidade ideológica, formação de quadrilha, e tráfico de drogas, com penas que podem ultrapassar 20 anos de reclusão.
Nota: A Polícia Civil reforça a importância de buscar empréstimos apenas em instituições financeiras regulamentadas e denunciar práticas suspeitas. Além disso, vítimas de extorsão podem procurar apoio especializado para receber suporte jurídico e psicológico.
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