Polícia Civil de Goiás avança em combate a fraudes digitais e desarticula organização criminosa em Goiânia
Operação Pé de Coelho cumpre mandados contra grupo especializado no uso de contas bancárias de “laranjas” para movimentação de dinheiro ilícito.
A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC), deflagrou nesta terça-feira (17) a segunda fase da Operação Pé de Coelho, em Goiânia. A ação visou cumprir quatro mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão, todos relacionados a um esquema de fraude eletrônica e organização criminosa que utilizava contas bancárias de terceiros, conhecidas como “laranjas”, para movimentar dinheiro oriundo de golpes virtuais.
Detalhes da Investigação
A operação é um desdobramento da primeira fase, realizada em julho de 2024, que resultou na prisão de 12 suspeitos em Goiás e no Pará. Na ocasião, os investigadores identificaram um esquema bem estruturado, em que contas bancárias de terceiros eram comercializadas para facilitar o recebimento e movimentação de valores obtidos de forma ilícita.
Com a análise de dados apreendidos, foi possível descobrir que os envolvidos formavam uma rede maior de criminosos, dedicada exclusivamente ao comércio dessas contas. Desde 2022, o grupo operava de maneira sistemática, recrutando pessoas vulneráveis para fornecer acesso às suas contas bancárias.
Como Funcionava o Esquema
- Recrutamento de “laranjas”: O grupo atraía indivíduos oferecendo uma comissão de 10% sobre os valores que transitassem por suas contas.
- Movimentação Anônima: Os “laranjas” realizavam saques e entregavam o dinheiro à organização criminosa, protegendo os líderes do esquema de serem rastreados.
- Rede Organizada: Os criminosos gerenciavam um mercado clandestino de contas bancárias, vendendo-as para outros golpistas que aplicavam fraudes em todo o Brasil.
Impactos e Estratégia de Combate
Segundo a Polícia Civil, a operação busca desarticular não apenas os executores, mas também os mentores do esquema, que permaneciam ocultos utilizando essa rede de anonimato. Fraudes eletrônicas como esta geram prejuízos milionários e sobrecarregam tanto o sistema financeiro quanto as autoridades responsáveis por investigar crimes cibernéticos.
Além dos mandados cumpridos, as autoridades recolheram dispositivos eletrônicos e documentos que devem auxiliar na identificação de novos integrantes do grupo e possíveis ramificações do esquema.
A DERCC continua analisando os materiais apreendidos e já articula novas ações para desmembrar a organização criminosa. As autoridades também reforçam a importância de conscientizar a população sobre os riscos de ceder dados pessoais ou contas bancárias a terceiros, sob qualquer pretexto.
“Acreditamos que, com essas ações, conseguiremos reduzir significativamente o alcance desse tipo de golpe, que não apenas prejudica vítimas individuais, mas também ameaça a segurança de todo o sistema financeiro”, afirmou o delegado responsável pelo caso.
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