PF prende em Goiás mulher apontada como líder de rede internacional de tráfico de mulheres
Investigação com apoio da Europol identifica cerca de 100 vítimas e revela estrutura transnacional de exploração sexual com atuação em pelo menos sete países.

A Polícia Federal prendeu, em Goiás, uma mulher considerada peça central na articulação de uma organização criminosa dedicada ao tráfico internacional de mulheres para fins de exploração sexual. Segundo informações obtidas junto à corporação e a fontes que acompanham a investigação, a suspeita era responsável por coordenar a estrutura logística e financeira do esquema, sustentando redes de aliciamento e exploração que alcançavam ao menos sete países da Europa e do Oriente Médio, entre eles Sérvia, Jordânia, Israel, Áustria, Croácia, Emirados Árabes Unidos e Montenegro.
A operação deflagrada nesta quarta-feira (10) incluiu o cumprimento de mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em Goiás, além de ordens de bloqueio de bens e valores associados ao grupo e da prisão preventiva da investigada. O nome da suspeita não foi divulgado para preservar o andamento das diligências. A defesa não foi localizada.
De acordo com a PF, o grupo operava com divisão de tarefas típica de organizações transnacionais: captação de vítimas no Brasil, gerenciamento de passagens e hospedagens, articulação com intermediários no exterior, controle financeiro e imposição de coerção para impedir fugas ou denúncias. As investigações apontam que a suspeita presa em Goiás exercia o comando das operações, articulando emissários e garantindo o fluxo contínuo de mulheres para o exterior.
O aliciamento ocorria majoritariamente pelas redes sociais e por aplicativos de mensagens, por meio de propostas que prometiam viagens pagas e remuneração expressiva. Já no destino, as vítimas eram submetidas a condições degradantes, pressão psicológica, retenção de documentos, jornadas exaustivas, ameaças e monitoramento constante. A PF estima que cerca de 100 mulheres foram identificadas como vítimas até esta fase da investigação, número que ainda pode aumentar.
A operação contou com cooperação internacional da Europol, que auxiliou na coleta de provas e na confirmação de movimentações financeiras e logísticas nos países onde o grupo atuava. Autoridades estrangeiras também colaboram na responsabilização de outros envolvidos que permanecem no exterior.
A suspeita poderá responder por tráfico internacional de pessoas, redução à condição análoga à de escravo e participação em organização criminosa — delitos que, somados, podem resultar em penas elevadas, dada a gravidade dos fatos e a dimensão transnacional da estrutura criminosa.
A PF informou que as investigações continuam, com o objetivo de identificar novos membros do grupo e ampliar o apoio às vítimas que conseguiram retornar ao Brasil.
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