5 de dezembro de 2025
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PF deflagra operação em Goiás e outros cinco estados contra hackers que desviaram R$ 813 milhões via PIX

Ação nacional mira grupo responsável por ataque cibernético a instituições financeiras; mandados são cumpridos também no exterior com apoio da Interpol e cooperação internacional.
Justiça determina o bloqueio de até R$ 640 milhões em bens dos investigados (Divulgação/PF)

A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (29), uma operação de grande porte contra uma organização criminosa especializada em ataques cibernéticos a sistemas bancários e de pagamentos eletrônicos, suspeita de desviar mais de R$ 813 milhões de instituições que operam o PIX — sistema de transferências instantâneas do Banco Central.

A ação, que se estende por seis estados brasileirosGoiás, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Paraíba e Bahia — e pelo Distrito Federal, também conta com mandados cumpridos no exterior, em países como Espanha, Portugal e Argentina, com o apoio da Interpol e de autoridades locais.

Ao todo, foram expedidos 26 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão, além do bloqueio judicial de R$ 640 milhões em bens e ativos financeiros dos investigados. Apenas em Goiás, foram 12 mandados de prisão e 25 de busca e apreensão, resultando, até o momento, em cinco prisões confirmadas.


Ataque sofisticado e impacto bilionário no sistema financeiro

De acordo com as investigações, conduzidas pelo setor de repressão a crimes cibernéticos da PF, o grupo criminoso utilizou credenciais e senhas corporativas obtidas de forma ilícita para acessar sistemas de instituições de pagamento e bancos interligados à C&M Software, empresa de tecnologia que atua como intermediária nas operações do PIX e em soluções de liquidação financeira.

O ataque, realizado em julho deste ano, permitiu o acesso indevido a contas de reserva — instrumentos utilizados pelas instituições financeiras junto ao Banco Central (BC) para processar e liquidar suas transações diárias.

Essas contas funcionam como contas correntes institucionais, com valores de grande monta, usadas para assegurar a liquidez e o funcionamento do sistema financeiro. O desvio de recursos, conforme apuração da PF, foi realizado por meio de transferências automatizadas, em múltiplas camadas de contas e empresas de fachada, dificultando o rastreamento imediato dos valores.

O caso foi reportado pela própria C&M Software ao Banco Central, que atuou de forma conjunta com a Polícia Federal e a Coordenação-Geral de Segurança da Informação (CGSI) do Ministério da Fazenda. Apesar do impacto financeiro expressivo, as instituições afirmaram que não houve acesso a dados pessoais ou prejuízos diretos a clientes, já que as movimentações atingiram exclusivamente as reservas das empresas afetadas, e não as contas correntes dos usuários.


Crimes e enquadramentos legais

Os investigados podem responder por organização criminosa (art. 2º da Lei 12.850/2013), invasão de dispositivo informático (art. 154-A do Código Penal), furto mediante fraude eletrônica (art. 155, § 4º-B) e lavagem de dinheiro (Lei 9.613/1998). As penas, somadas, podem ultrapassar 30 anos de prisão.

Segundo fontes ligadas à investigação, a operação — batizada de Código Invicto — representa uma das maiores ações coordenadas contra crimes cibernéticos financeiros no país, tanto em valores quanto em complexidade técnica. O grupo utilizava servidores no exterior, criptomoedas e redes de anonimização digital para ocultar o rastro das transações ilícitas.


Repercussões e medidas de contenção

O Banco Central reforçou, em nota, que o sistema do PIX segue “íntegro, seguro e operacional”, e que os ataques se limitaram a sistemas privados de intermediação, sem comprometer a infraestrutura central da autarquia.

Já a C&M Software, em comunicado, afirmou ter reforçado protocolos de segurança e adotado medidas preventivas adicionais, em conjunto com as instituições financeiras e com o BC, para “garantir a máxima proteção das operações e mitigar riscos futuros”.

Autoridades da PF e do Ministério da Justiça avaliam que o caso reforça a necessidade de cooperação internacional contínua no combate ao crime cibernético transnacional, especialmente diante do aumento de fraudes envolvendo sistemas de pagamento instantâneo e fintechs.


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Marcus

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