18 de dezembro de 2025
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Pesquisa CNT revela avanço nacional nas rodovias, mas expõe gargalos persistentes em Goiás

Estado até supera a média brasileira em trechos bem avaliados, porém convive com malha majoritariamente regular, alto custo logístico, riscos à segurança e déficit crônico de investimentos
Em Goiás, a pesquisa analisou 7.684 quilômetros de rodovias, o equivalente a 6,7% da malha avaliada no Brasil

A Pesquisa CNT de Rodovias 2025, divulgada nesta quarta-feira (17) pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), indica melhora gradual na qualidade da malha rodoviária brasileira, mas evidencia que Goiás segue enfrentando entraves estruturais que limitam ganhos de competitividade, elevam custos operacionais e ampliam riscos aos usuários. Embora o estado apresente percentuais de vias bem avaliadas ligeiramente superiores à média nacional, a predominância de trechos apenas regulares e problemas de geometria e sinalização continuam a pressionar a logística regional.

O levantamento — financiado pelo SEST SENAT — avaliou 114.197 quilômetros de rodovias pavimentadas em todo o país. Em âmbito nacional, os trechos classificados como Ótimos ou Bons avançaram de 33% (2024) para 37,9% (2025), enquanto as vias Ruins ou Péssimas recuaram de 26,6% para 19,1%, sinalizando efeitos positivos de intervenções pontuais e concessões. O quadro, contudo, permanece heterogêneo entre regiões e estados.

Goiás: avanço relativo, desafios absolutos

Em Goiás, a pesquisa analisou 7.684 quilômetros, equivalentes a 6,7% da malha nacional avaliada. Do total, 46,8% foram classificados como Ótimos ou Bons (10,1% Ótimos e 36,7% Bons). Em contrapartida, 44,9% permanecem em condição Regular, e 8,3% foram considerados Ruins ou Péssimos. O resultado coloca o estado ligeiramente acima da média nacional em vias bem avaliadas, mas expõe um padrão estrutural que ainda compromete eficiência e segurança.

A leitura técnica da CNT aponta que a elevada participação de trechos regulares, somada a deficiências geométricas e de sinalização, reduz a previsibilidade operacional, amplia o desgaste dos veículos e aumenta a probabilidade de acidentes — fatores críticos para um estado estratégico no escoamento da produção do Centro-Oeste.

Pavimento e geometria: os principais pontos de atenção

No critério pavimento, 48,6% das rodovias goianas foram avaliadas como Ótimas ou Boas; 41,4% ficaram em Regular e 10% em Ruim ou Péssimo. Chama atenção o dado de 0,4% da malha com pavimento totalmente destruído, demandando reconstrução imediata.

A geometria da via — parâmetro que considera curvas, aclives, declives e capacidade de tráfego — é outro gargalo: 28,8% dos trechos estão em condição Ruim ou Péssima e cerca de 29% em Regular. Além disso, 81,3% das rodovias são de pista simples, 49,5% não possuem acostamento, e 47,3% dos trechos com curvas perigosas carecem de sinalização adequada, ampliando o risco de ocorrências graves.

Custos logísticos e impacto ambiental

As deficiências estruturais se refletem diretamente no bolso do setor produtivo. Segundo a CNT, as condições das rodovias em Goiás elevam em média 25,6% os custos operacionais do transporte, pressionando preços e reduzindo a competitividade do estado como corredor logístico.

O impacto ambiental também é significativo. Em 2025, a má qualidade do pavimento resultou em consumo excessivo estimado de 72,8 milhões de litros de diesel, gerando R$ 419 milhões em prejuízos aos transportadores e a emissão de 192,66 mil toneladas de gases de efeito estufa.

Acidentes, prejuízos e investimentos insuficientes

Em 2024, os acidentes nas rodovias goianas produziram um prejuízo econômico estimado em R$ 756,99 milhões. No mesmo período, os investimentos públicos estaduais em obras rodoviárias somaram R$ 56,15 milhões — valor considerado muito aquém das necessidades mapeadas pelo estudo.

Para reverter o quadro com ações de reconstrução, restauração e manutenção, a CNT estima que Goiás demandaria R$ 5,39 bilhões. Em 2025, dos R$ 208,28 milhões autorizados pelo governo federal para o estado, apenas R$ 98,25 milhões (47,2%) haviam sido efetivamente aplicados até novembro, percentual inferior à média do Centro-Oeste.

Contexto regional e desafio estrutural

No recorte regional, o Centro-Oeste apresentou 49,8% das rodovias em condição Regular e apenas 42,3% como Boas ou Ótimas, indicando que os entraves enfrentados por Goiás não são isolados, mas refletem um desafio estrutural em uma região vital para o agronegócio e a logística nacional.

Agenda necessária

Para a CNT, os dados reforçam a urgência de planejamento de longo prazo, continuidade dos investimentos, expansão de concessões bem estruturadas e melhoria da execução orçamentária. Em um estado como Goiás, onde a infraestrutura rodoviária é decisiva para o desempenho econômico, avançar além do “regular” deixou de ser uma opção e passou a ser uma exigência estratégica para reduzir custos, salvar vidas e sustentar o desenvolvimento.

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Marcus

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