Pai é preso em Anápolis após morte de bebê de três meses com sinais de agressão
Polícia aponta contradições no relato do suspeito e investiga histórico de denúncias de maus-tratos; mãe e avó também podem responder criminalmente

Uma bebê de três meses morreu nesta quinta-feira (14) em decorrência de um traumatismo cranioencefálico, após ter dado entrada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade dias antes com lesões graves incompatíveis com a versão apresentada pelo pai, de 31 anos. O homem foi preso em flagrante e agora responderá por homicídio qualificado, conforme prevê a Lei Henry Borel, que protege crianças e adolescentes de violência doméstica.
Segundo a delegada Aline Cardoso, responsável pela investigação, o pai levou a criança ao hospital alegando que ela teria se engasgado com leite. No entanto, a equipe médica constatou de imediato que os ferimentos não correspondiam ao relato. Exames de imagem confirmaram traumatismo craniano grave. A bebê chegou a ser reanimada, mas não resistiu.
Diante do resultado, o Conselho Tutelar foi acionado e a Polícia Civil prendeu o suspeito ainda na unidade de saúde. Com a morte da criança, a tipificação do crime passou de tentativa de homicídio para homicídio qualificado.
Versões contraditórias
Em depoimento, o suspeito inicialmente sustentou a versão do engasgo. Confrontado com os laudos, afirmou que poderia ter causado as lesões de forma acidental ao bater a cabeça da filha em uma madeira do sofá durante uma tentativa de reanimação, ou ao sacudir a criança enquanto pedia ajuda. Para a Polícia Civil, nenhuma das hipóteses apresentadas justifica a gravidade das lesões.
Histórico de denúncias
As investigações revelaram que o casal já era monitorado pelo Conselho Tutelar devido a denúncias de vizinhos sobre gritos, agressões e condições insalubres no lar. Os outros três filhos do casal viviam com a avó materna desde junho, após avaliação de risco feita pelo órgão. A bebê, nascida prematura, também havia sido entregue inicialmente à avó, mas foi retirada da casa semanas antes do crime sem comunicação às autoridades.
A delegada informou que a mãe da criança deverá responder por maus-tratos e negligência, uma vez que já havia registros de violência doméstica envolvendo o casal. A avó materna, que recebeu a guarda provisória das crianças, também pode ser responsabilizada por permitir o retorno da bebê à casa dos pais sem notificar o Conselho Tutelar.
Próximos passos
A Polícia Civil aguarda o laudo cadavérico para determinar com precisão a causa da morte e confirmar se houve uso de objeto contundente. Até o momento, buscas realizadas na residência não localizaram instrumentos que possam ter sido utilizados no crime.
Enquanto isso, os três irmãos da bebê permanecem sob tutela da avó, em acompanhamento do Conselho Tutelar e da Vara da Infância e Juventude.
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