Pai é investigado por dar bebida alcoólica a filho de 10 anos em Goiânia
Homem filmou e divulgou o momento em que oferece cerveja e vinho à criança; Polícia Civil e Conselho Tutelar acompanham o caso.
A Polícia Civil de Goiás (PC-GO) investiga um homem de 37 anos, dono de uma barbearia em Goiânia, suspeito de oferecer bebidas alcoólicas ao filho de apenas 10 anos. O próprio pai teria gravado e divulgado nas redes sociais vídeos nos quais aparece fornecendo cerveja e vinho à criança. O caso gerou grande repercussão e indignação entre internautas e autoridades.
O delegado Humberto Teófilo, da Central de Flagrantes, informou que o suspeito não foi preso em flagrante, mas se comprometeu a comparecer à delegacia para prestar depoimento nesta quarta-feira (26). Segundo o delegado, a conduta pode configurar crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que proíbe a venda, fornecimento ou entrega de bebidas alcoólicas a menores de idade. Se condenado, o homem pode pegar de dois a quatro anos de prisão, além de multa.
Vídeos revelam incentivo ao consumo de álcool
Nos registros, feitos dentro de um carro, o pai aparece entregando um copo supostamente contendo cerveja para o filho e, em seguida, oferece uma garrafa lacrada de outra bebida fermentada. Em tom de brincadeira, o homem reforça que o menino já deveria estar bebendo e menciona que ele próprio começou a consumir álcool aos sete anos.
“Pimpolho tomando uma cerveja aqui com o pai dele. Tem quantos anos, bebê?”, pergunta o homem no vídeo. O menino responde: “Dez.”
O pai então rebate: “Seu pai bebeu com sete. Então, tem 10, já passou da hora viu… três anos na minha frente… já está é perdendo. Bebeu o vinho? Tomar um vinhozinho, não? Então, meu amigo, segura o seu vinho aí, que o vinho é seu viu. Cerveja aqui é minha. O vinho é para você tomar, moço.”
Investigação e medidas de proteção à criança
O Conselho Tutelar também foi acionado para acompanhar o caso. A conselheira Reselei Galhado explicou que a prioridade é garantir a segurança e o bem-estar da criança.
“Assim que identificarmos e localizarmos essa família, vamos tomar as primeiras providências. Precisamos verificar se há outro responsável legal ou um parente próximo apto a cuidar do menino”, afirmou.
Caso não haja familiares em condições de assumir a tutela, o caso será encaminhado ao Juizado da Infância e Juventude, que poderá determinar medidas protetivas, como acompanhamento psicológico por meio do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) ou do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).
Contexto legal e impacto do consumo precoce de álcool
O artigo 243 do Estatuto da Criança e do Adolescente prevê pena de dois a quatro anos de prisão, além de multa, para quem vender, fornecer ou entregar bebidas alcoólicas a menores de idade. Especialistas alertam que a introdução precoce ao álcool pode trazer sérios impactos à saúde física e mental, além de aumentar o risco de dependência na vida adulta.
Casos semelhantes já foram registrados em outras partes do país. Em abril de 2022, um homem foi preso em Porteirão, Goiás, por oferecer vinho ao filho de 5 anos. A mãe percebeu sinais de embriaguez na criança e acionou a polícia.
A investigação segue em andamento, e as autoridades reforçam que casos como esse precisam ser denunciados para garantir a proteção das crianças e adolescentes.
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