5 de dezembro de 2025
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Operação investiga supostas fraudes na manutenção de ambulâncias do SAMU 192, em Goiânia

Mandados, inatividade da frota e suspeita de notas frias colocam atendimento de urgência sob investigação
Ambulâncias do Samu. (Divulgação/Prefeitura de Goiânia)

Uma investigação deflagrada nesta sexta-feira (28) mira servidores municipais, empresas e pessoas físicas suspeitas de envolvimento num esquema de desvios de recursos públicos e irregularidades na manutenção da frota de ambulâncias do SAMU 192 em Goiânia. A operação — batizada informalmente, segundo relatos, como “Check-up 192” — busca esclarecer por que, entre 2022 e 2024, várias ambulâncias teriam permanecido inativas por longos períodos, mesmo com pagamentos ou repasses registrados como se estivessem em funcionamento.

Fontes investigativas apontam que foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão em endereços ligados a servidores públicos municipais, prestadores de serviço e terceiros, tanto na capital quanto na região metropolitana. As diligências visam recolher contratos, notas fiscais, relatórios de manutenção e documentos que possam comprovar a prestação de serviços ou apenas simular a operacionalidade da frota.

Indícios de superfaturamento, notas fiscais frias e simulação de funcionamento

De acordo com a apuração preliminar, a investigação apontou indícios de que oficinas contratadas teriam emitido notas fiscais falsas ou superfaturadas por manutenções não realizadas. Em alguns casos, ambulâncias registradas como aptas estavam fora de circulação há meses — ou até anos — sem que isso fosse oficialmente declarado. Há suspeita de que os recursos destinados à manutenção pudessem ter sido desviados, enquanto a frota efetivamente operante era reduzida, comprometendo a capacidade de resposta a emergências na capital.

Além disso, os responsáveis poderão responder por crimes como peculato, inserção de dados falsos em sistemas públicos, e formação de associação criminosa — dependendo da análise documental e dos indícios que surgirem com o andamento da investigação.

Contexto de crise no SAMU de Goiânia

O possível esquema de irregularidades ocorre em um contexto já marcado por problemas graves no sistema de saúde da cidade. Relatórios recentes de fiscalização municipal apontam falhas estruturais, ausência de gestores e carência de equipamentos e profissionais em unidades de urgência e emergência.

Além disso, em 2025, a administração atual buscou reestruturar o SAMU em Goiânia — com renovação parcial da frota, contratação de pessoal e adoção de protocolos para agilizar atendimentos. Segundo dados divulgados pela própria gestão, entre janeiro e outubro deste ano foram realizados 41.883 atendimentos, cerca de 7 mil a mais que no mesmo período de 2024.

Esse contexto reforça a gravidade das suspeitas: se comprovadas, as irregularidades não apenas desviaram recursos públicos, mas também minaram a capacidade de atendimento de urgência da população.

Nota da prefeitura e silêncio da gestão anterior

Em nota oficial, a prefeitura de Goiânia afirma que a operação investiga fatos supostamente praticados na gestão anterior e que a atual administração está à disposição para fornecer toda a documentação necessária aos investigadores. Até o momento, a reportagem não obteve resposta da assessoria da gestão visada pela investigação.

Impactos potenciais — além da Justiça

Se confirmadas, as irregularidades podem ter consequências muito além de condenações: colocariam em xeque a confiabilidade do atendimento pré-hospitalar emergencial em Goiânia, exporiam fragilidades nos mecanismos de fiscalização e contratação, e exigiriam correções estruturais profundas — tanto administrativas quanto operacionais — no SAMU local.

A investigação também lança nova luz sobre contratos de manutenção e prestação de serviços na saúde pública municipal: contratos e repasses precisarão ser reavaliados, com exigência de comprovação de execução real e efetiva antes da liberação de recursos.

Nota da Prefeitura de Goiânia;

A Prefeitura de Goiânia esclarece que a Operação Check-up 192, deflagrada nesta sexta-feira (28/11), pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Polícia Federal (PF), apura suspeitas de irregularidades na manutenção de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) durante a gestão anterior, entre os anos de 2022 e 2024.

A atual gestão está à inteira disposição dos órgãos de controle e investigação para fornecer todas as informações e documentos necessários, contribuindo para o pleno esclarecimento dos fatos e para a responsabilização dos envolvidos.

Prefeitura de Goiânia


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Marcus

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