Operação Ephedra desmantela rede criminosa de produção e venda de “rebites” em quatro estados
A ação conjunta do GAECO e da PRF revela esquema milionário de tráfico de anfetaminas e lavagem de dinheiro, envolvendo empresas de fachada e criptoativos.
Na manhã desta segunda-feira (10), uma operação de grandes proporções, denominada Operação Ephedra, foi deflagrada em Goiás, Tocantins, Bahia e São Paulo. A ação é fruto de uma força-tarefa formada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de Goiás (GAECO/MPGO) e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Foram expedidos 24 mandados de prisão preventiva, 4 de prisão temporária e 60 mandados de busca e apreensão contra integrantes de uma rede criminosa especializada na produção e comercialização de anfetaminas, conhecidas como “rebites”. Esses comprimidos são frequentemente usados por motoristas profissionais para driblar o sono e prolongar jornadas de trabalho, prática que compromete tanto a segurança viária quanto a saúde dos usuários.
O esquema: produção, distribuição e lavagem de dinheiro
As investigações, que duraram meses, revelaram uma organização estruturada em diversas frentes. A quadrilha operava desde a produção em larga escala de anfetaminas até um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro.
🔍 Produção de rebites:
- Uso de produtos químicos adquiridos em grandes volumes;
- Fabricação em laboratórios clandestinos com equipamentos especializados;
- Distribuição para caminhoneiros e outros profissionais em postos de gasolina e transportadoras.
💰 Lavagem de dinheiro:
- Movimentação de valores milionários em empresas de fachada;
- Uso de contas bancárias laranjas;
- Aquisição de bens de luxo, como carros, imóveis, fazendas e até criptomoedas, para disfarçar a origem ilícita do dinheiro.
Riscos à segurança e à saúde pública
Os “rebites” não só violam a legislação trabalhista e de trânsito como colocam vidas em risco. Segundo a PRF, o uso dessas substâncias está diretamente ligado a acidentes graves, já que podem causar taquicardia, ansiedade, alucinações e perda de controle motora.
“Esse tipo de prática não só coloca o motorista em perigo, mas também transforma rodovias em locais de risco para famílias inteiras que cruzam o país”, alertou o delegado responsável pela operação.
Os alvos da operação
Os mandados foram cumpridos em quatro estados, onde os principais integrantes da organização criminosa foram presos. Além disso, as equipes apreenderam documentos, equipamentos de produção de drogas, computadores, veículos e valores em espécie.
Dentre os presos, estão empresários e operadores financeiros responsáveis por movimentar os lucros obtidos com o tráfico. As contas bancárias e os bens dos investigados já foram bloqueados pela Justiça, e a Polícia Civil segue analisando os materiais apreendidos.
Próximos passos e combate ao crime organizado
A Operação Ephedra é mais um capítulo no esforço conjunto entre GAECO, PRF e outros órgãos de segurança para desmantelar o tráfico de drogas e práticas correlatas, como a lavagem de dinheiro.
A investigação continuará para identificar outros possíveis envolvidos e rastrear mais bens adquiridos com os lucros do esquema. O MPGO também estuda apresentar denúncias adicionais relacionadas ao tráfico interestadual, crimes contra a saúde pública e formação de organização criminosa.