18 de setembro de 2024
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Operação do Ministério Público Prende Advogada Suspeita de Ser Mensageira de Criminosos e Policial Penal Acusado de Vazamento de Informações

Advogada teria atuado como intermediária entre criminosos presos e o meio externo, enquanto policial penal é suspeito de vazar informações confidenciais.
Advogada presa suspeita de repassar mensagens de criminosos na Cadeia, em Goiânia — Foto: Divulgação/Ministério Público

Na manhã desta segunda-feira (12), uma operação conjunta entre o Ministério Público de Goiás (MPGO) e a Polícia Penal resultou na prisão de uma advogada e de um policial penal, ambos suspeitos de envolvimento em atividades criminosas. A ação, coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio da Polícia Militar, foi deflagrada após investigações que apontaram o uso da advogada como mensageira de ordens de criminosos presos para contatos externos, enquanto o policial penal é acusado de vazar informações sigilosas.

Operação e Prisões

A operação, realizada em caráter sigiloso, teve como alvo principal a advogada, cujo nome não foi divulgado devido ao andamento das investigações. De acordo com o MPGO, a profissional é suspeita de atuar como uma espécie de “ponte” entre membros de facções criminosas detidos em presídios goianos e seus comparsas fora das unidades prisionais. Ela teria utilizado sua posição privilegiada para transmitir recados e ordens de criminosos a indivíduos no meio externo, facilitando a continuidade de atividades ilícitas.

Paralelamente, a operação também levou à prisão de um policial penal, que, segundo as investigações preliminares, teria vazado informações confidenciais relacionadas a operações policiais e detalhes internos do sistema prisional. O agente, que trabalhava diretamente com a segurança dos detentos, é suspeito de fornecer dados sensíveis para membros de organizações criminosas, comprometendo a integridade de ações de combate ao crime organizado.

Mandados de Busca e Apreensão

Além das prisões, a operação cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços vinculados aos suspeitos. Em um dos locais, foram apreendidos documentos, aparelhos eletrônicos e uma quantia significativa em dinheiro, que será submetida à análise para determinar sua origem e possível conexão com as atividades criminosas investigadas.

Um dos mandados de busca foi cumprido contra outra advogada, também sob suspeita de envolvimento em práticas ilícitas. Os investigadores do Gaeco buscam estabelecer se há uma rede maior de profissionais do direito envolvidos em atividades criminosas, atuando em conluio com membros de facções.

Impacto na Segurança Pública

O promotor de Justiça responsável pelo caso, Roberto Vasconcelos, destacou a gravidade das acusações e o impacto que ações como essas têm na segurança pública. “O uso de profissionais da advocacia para viabilizar a comunicação entre criminosos e seus parceiros externos coloca em risco não apenas a eficácia do sistema prisional, mas também a segurança da população. É um golpe contra as instituições que combatem o crime organizado”, afirmou.

As autoridades enfatizaram que a operação é parte de um esforço contínuo para desmantelar as redes de comunicação e logística das facções criminosas que operam dentro e fora dos presídios. “Não vamos tolerar a corrupção dentro das instituições que deveriam proteger a sociedade. Todos os envolvidos serão levados à Justiça”, garantiu o promotor.

Próximos Passos

As prisões geraram repercussão imediata no meio jurídico e no sistema prisional de Goiás. A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) informou que acompanhará de perto o desenrolar do caso, garantindo que os direitos dos profissionais sejam respeitados, mas também colaborando para que irregularidades sejam apuradas com rigor.

O policial penal detido foi afastado de suas funções enquanto as investigações prosseguem. A Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) declarou que está cooperando integralmente com o MPGO e que medidas adicionais poderão ser tomadas conforme o avanço das apurações.

As prisões desta segunda-feira marcam um capítulo importante na luta contra o crime organizado em Goiás. A operação coordenada pelo Gaeco e o MPGO destaca a importância da vigilância e da ação rápida das autoridades para impedir que a corrupção e as atividades ilícitas comprometam a segurança pública e a integridade das instituições.

Fontes: Ministério Público de Goiás (MPGO), Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO)