Operação CriptoCar desarticula esquema milionário de golpes com carros de luxo e lavagem de dinheiro em criptomoedas
Ação conjunta da Polícia Civil de Goiás, Ministério da Justiça e Polícia Civil de São Paulo mira organização altamente estruturada que usava identidades falsas, fraude documental e conversão acelerada de recursos em bitcoins para ocultar movimentações financeiras superiores a R$ 56 milhões.

Uma investigação conduzida pela Polícia Civil de Goiás (PCGO), com apoio do Ministério da Justiça e da Polícia Civil de São Paulo (PCSP), resultou na deflagração da Operação CriptoCar, que mira um grupo especializado em golpes com carros de alto padrão e em um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro por meio de criptomoedas. A ofensiva policial, realizada em quatro cidades do estado paulista, cumpre 10 mandados de prisão temporária, 16 ordens de busca e apreensão e determina o sequestro de bens que ultrapassam R$ 3 milhões.
De acordo com informações da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) e do Grupo de Repressão a Estelionato e Outras Fraudes (GREF), os investigados atuavam majoritariamente na região do ABC Paulista, onde anunciavam veículos de luxo em plataformas digitais. A estratégia envolvia a manipulação de documentos, uso de identidades falsas e técnicas de convencimento que permitiam a celebração de negócios fraudulentos com compradores de vários estados.
As apurações identificaram vítimas em Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Bahia, com prejuízos expressivos. Em um dos casos, a perda individual ultrapassou R$ 530 mil. A polícia aponta que o grupo operava com agilidade para evitar rastreamento: assim que o valor era recebido, os suspeitos convertiam integralmente os recursos em bitcoins, transferindo as quantias para carteiras digitais privadas, o que dificultava a identificação do fluxo financeiro.
O ciclo de lavagem incluía também a reversão parcial das criptomoedas em dinheiro vivo por meio de doleiros e empresas de fachada, permitindo a reinserção dos valores no sistema econômico formal. Em apenas seis meses, a organização movimentou R$ 56,9 milhões, segundo os dados levantados pela investigação.
A determinação judicial de bloqueio de bens, avaliada em mais de R$ 3 milhões, tem como finalidade garantir futura reparação às vítimas, conforme esclareceu a PCGO. Os nomes dos investigados não foram divulgados até o momento, o que impede a localização das defesas.
A Operação CriptoCar representa um avanço no enfrentamento às fraudes financeiras que combinam criminalidade digital, comércio ilícito de veículos e estruturas complexas de ocultação patrimonial, evidenciando a expansão de esquemas que utilizam criptomoedas como mecanismo central de dissimulação de capitais.
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