Operação “Cota Marcada” desmantela esquema que movimentou R$ 20 milhões com rifas fraudulentas em Goiás
Casal é preso em Porangatu por manipular sorteios, lavar dinheiro e usar bens de luxo como fachada de legitimidade.
Em uma ação incisiva, a Polícia Civil de Goiás (PCGO) desmantelou em Porangatu uma estrutura de rifas clandestinas que movimentou cerca de R$ 20 milhões, conforme confirmado pelo Secretário de Segurança Pública. Dois suspeitos foram presos durante a Operação “Cota Marcada”, realizada nesta quarta-feira (13), quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão domiciliar.
Lucro ilícito e manipulação de resultados
As investigações revelaram que o esquema era cuidadosamente planeado. O líder do grupo manipulava os resultados por meio do “travamento” de cotas premiadas, favorecendo beneficiários selecionados e assegurando o próprio lucro, enquanto enganava os participantes com sorteios fraudulentos. O lucro ilícito estimado foi de R$ 12 milhões.
Organização criminosa estruturada
A quadrilha operava com distribuição clara de funções, incluindo divulgação, logística, transporte de prêmios e intermediação de bens. Essa divisão de trabalho caracterizava o grupo como uma associação criminosa devidamente estruturada.
Bens de fachada: caminhonete, jet ski e armamento
Durante as buscas, foram apreendidos uma caminhonete e uma moto aquática (jet ski), usados como distração para atrair participantes e criar sensação de legitimidade ao esquema. Uma arma de fogo também foi localizada e recolhida depois que o suspeito a confessou espontaneamente em sua residência.
Tipificação dos crimes
Os detidos responderão por diversos crimes, incluindo:
- Crimes contra a economia popular
- Fraudulentas relações de consumo
- Associação criminosa
- Lavagem de dinheiro
- Crimes tributários
- Contravenção penal equiparada ao jogo do bicho
- Posse irregular de arma de fogo
A contravenção penal aplicável ao jogo do bicho e rifas ilegais está prevista no Decreto-Lei nº 3.688/1941, que criminaliza a exploração de jogos de azar e loterias não autorizadas. Além disso, o crime de lavagem de dinheiro se aplica a recursos dissimulados entre instituições financeiras ou bens de luxo, conforme a legislação vigente.
Cooperação entre órgãos e estratégia coordenada
A operação mobilizou diversas unidades da PCGO, desde a Delegacia de Porangatu até equipes especializadas em narcóticos, patrimônio e proteção à infância e juventude, além do plantão da 12ª Delegacia Regional de Polícia.
Reflexo nacional: riscos das rifas online
A repercussão do caso atende a um chamado de alerta: rifas apresentadas como legítimas, sobretudo nas redes sociais, podem mascarar operações fraudulentas e lavagem de dinheiro. A legalidade dessas práticas é frequentemente questionada, pois o Código de Contravenções Penais trata rifas como uma contravenção, sujeitando organizadores a penas de prisão simples e multa elevada, além de anulação dos prêmios
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