Uma ação policial realizada para combater a prática ilegal de parcelamento de áreas rurais resultou no bloqueio de R$ 11 milhões pertencentes aos envolvidos.
Foi deflagrada nesta quarta-feira (1) a Operação Tavarina, que investiga um grupo especializado em realizar parcelamentos irregulares de áreas rurais na região Sudeste de Goiás, especificamente em Vianópolis e São Miguel do Passa Quatro. A ação conjunta do Ministério Público de Goiás (MPGO) e da Polícia Civil resultou em mandados de busca e apreensão cumpridos em Goiânia e Senador Canedo. Além disso, foram bloqueados cerca de R$ 11 milhões nas contas bancárias dos suspeitos para reparação dos danos causados às vítimas e ao meio ambiente. Durante a operação, também foram apreendidos armas, munições e celulares. De acordo com o delegado Bruno Dantas, o crime consiste em adquirir áreas rurais com impasses judiciais ou restrições e, posteriormente, fracioná-las em lotes menores para comercializá-las a pessoas interessadas em edificar chácaras e ranchos de lazer.
Um grupo especializado em parcelamentos clandestinos de áreas rurais na região Sudeste de Goiás está sendo investigado pela Operação Tavarina. A aquisição de áreas rurais com impasses judiciais ou restrições é o primeiro passo do crime. Em seguida, os suspeitos fracionam a área em lotes menores, abaixo do módulo rural, e vendem para pessoas interessadas em construir ranchos e chácaras de lazer. O valor bloqueado de R$ 11 milhões nas contas bancárias dos suspeitos é destinado a reparar os danos ambientais e às vítimas. A invasão em áreas de preservação permanente impede a regeneração do solo e acelera a desnaturação da flora local. A terra também se torna improdutiva e antieconômica, prejudicando tanto os compradores quanto a administração pública. A operação teve o suporte da Delegacia Estadual de Meio Ambiente (Dema) e resultou na apreensão de armas, munições e celulares.
O coordenador do Grupo Especial de Atuação no Parcelamento do Solo e Regularização Fundiária no MPGO afirma que a prática criminosa de desmembramento clandestino de imóveis rurais e empreendimentos de chácaras de lazer é observada em todo o estado de Goiás. Essa prática, além de proibida pela legislação, configura crime de acordo com a Lei de Parcelamento do Solo Urbano. O promotor também destaca que essa atividade prejudica a economia da região, que tem na agricultura um dos seus maiores setores.