O prefeito Rogério Cruz ficou surpreso com saída de Ricardo Fortunato da Secretaria de Relações Institucionais.
“Ricardo Fortunato renuncia ao cargo de Titular da Secretaria de Relações Institucionais e expressa críticas à gestão”
O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), manifestou surpresa diante da renúncia de Ricardo Fortunato (Republicanos) ao cargo de Secretário Municipal de Relações Institucionais (SRI), bem como das críticas feitas por Fortunato à administração municipal. Fortunato deixou seu cargo na quarta-feira (20) e, em uma entrevista a um jornal de Goiânia, expôs preocupações sobre falta de transparência, obstáculos na implementação de projetos na secretaria e a influência do chefe de gabinete do prefeito, José Alves Firmino, nas decisões da Prefeitura de Goiânia. Fortunato também sugeriu que Firmino estava atuando como o verdadeiro gestor, enquanto o prefeito Cruz agia como vice-prefeito.
Durante uma coletiva de imprensa no lançamento da Operação Campo Cego, da Secretaria Municipal de Mobilidade, Cruz respondeu às críticas afirmando que não havia tido qualquer conversa com Fortunato e defendeu as ações de Firmino. Ele expressou seu desentendimento com as declarações de Fortunato e reforçou a importância das atribuições de cada membro da equipe governamental.
Cruz também revelou que uma mudança na liderança da SRI estava planejada, mas que ainda não havia discutido essa questão com Fortunato. Segundo o prefeito, essa conversa aconteceria em um momento posterior. Ele explicou que sua abordagem costuma ser conversar com os membros da equipe antes de tomar qualquer decisão relacionada à remoção de funcionários do governo.
Na terça-feira (19), Cruz já havia anunciado uma reforma no secretariado, com mudanças em sete pastas. Embora a SRI não estivesse na lista de mudanças, a troca na liderança da pasta já era esperada na prefeitura, mas ainda não havia sido concretizada devido à falta de definição do novo nome. A SRI é considerada uma área estratégica na administração municipal, responsável por buscar recursos federais e manter relações com outros órgãos públicos.
Já Ricardo Fortunato, ex-secretário municipal de Relações Institucionais (SRI) de Goiânia, renunciou ao cargo e lançou acusações severas à administração liderada pelo prefeito Rogério Cruz (Republicanos). Fortunato alega que suas preocupações foram apresentadas ao prefeito, mas nenhuma medida foi tomada para resolver os problemas destacados.
O ex-secretário apontou que a prefeitura possui 31 convênios com a Caixa Econômica Federal, e todos eles enfrentam algum tipo de complicação. “Ele (Cruz) está ciente de tudo, mas não toma nenhuma providência”, afirmou Fortunato. Ele argumenta que situações como essas estão prejudicando o avanço das políticas públicas e a execução de projetos que dependem de recursos federais. Fortunato também informou à chefia de gabinete sobre sua renúncia, se despediu dos funcionários e esvaziou suas gavetas, afirmando: “Eu não quero fazer parte dessa história nebulosa”.
Além disso, Fortunato acusou a existência de uma “gestão paralela” sob a supervisão de José Alves Firmino, chefe de gabinete, que, segundo ele, age como se fosse o verdadeiro chefe executivo, enquanto o prefeito Cruz adota um papel de vice-prefeito. Ele também expressou insatisfação com a falta de estrutura na SRI e a concentração das finanças da prefeitura nas mãos do secretário municipal de Finanças, Vinícius Alves.
Fortunato, ex-prefeito de Trindade, considerou os pagamentos adiantados da prefeitura à Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) como “evidente improbidade administrativa”. Reportagens anteriores mostraram casos em que esses adiantamentos ocorreram, envolvendo construção de praças, obras em unidades do Centro de Referência em Assistência Social (Cras) e intervenções em cemitérios. O repasse de recursos à Comurg foi igualmente criticado pelo presidente da Câmara de Goiânia, Romário Policarpo (Patriota), que, embora tenha denunciado o caso anteriormente, agora faz parte do Grupo de Apoio ao Prefeito (GAP), que presta assessoria política e administrativa a Cruz.
Fortunato também mencionou a dificuldade da prefeitura em cumprir o pagamento de emendas impositivas dos vereadores dentro do exercício financeiro, o que ele considera uma possível improbidade administrativa. Durante sua gestão na SRI, ele até considerou a contratação de uma empresa para gerenciar as emendas dos vereadores.
Em resposta às acusações de Fortunato, a assessoria de imprensa de Cruz informou que o prefeito aceitou a demissão de Fortunato e está buscando um substituto competente para liderar a pasta. A administração destacou que os contratos sob responsabilidade da SRI estão relacionados a administrações anteriores e estão sob investigação. Eles garantiram total transparência nas informações fornecidas aos órgãos de controle internos e externos. Quanto à atuação de Firmino, a administração afirmou que ele agiu de acordo com as atribuições do Comitê de Ações Prioritárias (CAP), um grupo que foi extinto.