25 de outubro de 2024
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Músicos da Orquestra Sinfônica de Goiânia (OSG) Clamam por Valorização e Justiça.

Por muito tempo, a profissão de músico foi associada à alegria, à beleza e à capacidade de levar felicidade a quem a escuta.

Foto: Câmara dos Vereadores de Goiânia

No entanto, por trás do palco iluminado e das melodias cativantes, muitos músicos enfrentam desafios significativos em sua busca por condições de trabalho dignas. Esse é o caso dos talentosos músicos da Orquestra Sinfônica de Goiânia (OSG), que agora estão levantando suas vozes em busca de mudanças há muito esperados: melhores condições de trabalho, uma reestruturação no plano de carreira e o justo reconhecimento de suas gerações, que estão congelados desde 2011.

A frustração e a sensação de desamparo diante da falta de políticas públicas adequadas foram evidenciadas de forma contundente pelo violinista Marcus Moreno em seu discurso apaixonado, realizado na Câmara dos Vereadores em 28 de setembro. Moreno se apresentou aos vereadores presentes, enfatizando que sua presença ali não era para falar de felicidade, uma palavra que parece distante de suas vidas. Em vez disso, ele os convocou a considerar as questões de justiça e sobrevivência que afligem os músicos da OSG.

Os músicos têm razão em suas reivindicações, pois desde 2011 não experimentaram aumentos salariais reais. Os números são chocantes, com as despesas atuais chegando a míseros R$ 1,6 mil para os membros do coro e R$ 2,1 mil para os instrumentistas. Esse congelamento salarial, que já dura mais de uma década, é insustentável e está levando esses profissionais talentosos a enfrentar dificuldades financeiras que impactam sua qualidade de vida e bem-estar.

O desabafo de Marcus Moreno foi além das cifras. Ele revelou a verdadeira extensão do sofrimento que os músicos estão apoiando. Alguns deles não têm meios para pagar transporte público ou mesmo um Uber para chegar aos ensaios e apresentações. Outros enfrentam dilemas pessoais angustiantes, como a impossibilidade de arcar com os custos de cuidar de seus filhos, ou lutar contra doenças enquanto busca desesperadamente pagar por medicamentos. Tragicamente, alguns até cogitaram medidas extremas, destacando a gravidade dessa situação.

(Foto SECULT).

Diante desse cenário crítico, os membros da Orquestra Sinfônica de Goiânia (OSG) tomaram uma atitude calorosa, realizando um “protesto cultural” em busca de valorização e de reestruturação do plano de carreira da orquestra. Esse movimento ocorre apenas dois dias após uma manifestação em frente ao Paço Municipal, demonstrando a determinação desses músicos em lutar por seus direitos.

É encorajador ver que o presidente da Câmara, vereador Romário Policarpo (Patriota), comprometeu-se a destinar uma emenda de R$ 100 mil para a valorização da carreira dos músicos da OSG. Ele apelou a muitos vereadores para que se unam a esse esforço em prol da justiça e da dignidade para esses artistas. Anselmo Pereira (MDB) e Paulo Magalhães (União Brasil) também manifestaram seu apoio ao ato.

O movimento dos músicos da OSG não é apenas uma busca por um movimento justo, mas um lembrete importante de que a arte e a cultura desempenham um papel fundamental em nossa sociedade. É essencial considerar e valorizar o talento e o esforço desses artistas, que enriquecem nossas vidas com sua música. Esperamos que essas reivindicações sejam ouvidas e atendidas, para que esses músicos talentosos possam continuar a nos inspirar com sua arte, enquanto desfrutam de condições de vida condignas.

(Foto SECULT).