Motorista envolvido em acidente que matou entregador de aplicativo se apresenta à polícia em Goiânia
Condutor da caminhonete Dodge Ram preferiu ficar em silêncio; investigação busca esclarecer dinâmica do atropelamento.
Um jovem de 24 anos, apontado como o motorista da caminhonete Dodge Ram branca envolvida no acidente que matou o entregador de aplicativo Pedro Vitor de Brito Barbosa, de 22 anos, se apresentou na última terça-feira (10) à Delegacia Especializada em Investigação de Crimes de Trânsito de Goiânia (Dict). Acompanhado de sua advogada, ele optou por permanecer em silêncio durante o depoimento inicial.
Investigação em andamento
O acidente aconteceu na noite de domingo (8), na Avenida Jamel Cecílio, Jardim Goiás, em Goiânia. Pedro Vitor estava em uma motocicleta quando foi atingido pela caminhonete, que trafegava em alta velocidade e realizou uma conversão indireta, cruzando para a Rua 52, sentido Marginal Botafogo. A perícia identificará o trajeto completo do veículo, com auxílio de imagens de câmeras de segurança.
De acordo com relatos de comerciantes locais, a caminhonete passou em alta velocidade por diversas ruas do bairro, ignorando possíveis regras de trânsito. A via onde ocorreu o acidente apresenta sinalização confusa, o que, segundo moradores, contribui para frequentes infrações. “A falta de sinalização clara causa confusão entre motoristas, especialmente à noite”, afirmou uma vendedora da região.
Circunstâncias e atendimento à vítima
Após a colisão, Pedro Vitor foi atendido inicialmente por dois médicos que passavam pelo local, mas já apresentava múltiplas fraturas e lesões graves. O Corpo de Bombeiros confirmou que a vítima foi encontrada inconsciente e com o capacete retirado por terceiros. Ele foi encaminhado ao Hospital de Urgências de Goiás (Hugo), onde passou por cirurgia para tratar um sangramento pulmonar. Apesar dos esforços médicos, Pedro não resistiu e faleceu na madrugada de segunda-feira (9).
História de vida e últimos momentos
Pedro Vitor, natural do Pará, havia se mudado para Goiânia há cerca de cinco meses, buscando melhores condições de vida. Trabalhava como entregador por aplicativo e já planejava abandonar a profissão devido aos riscos. Na noite do acidente, ele realizava sua última entrega do dia. Deixou uma filha de três anos, fruto de um relacionamento anterior, que ainda vive no Pará.
Sua namorada, Dhebora Siqueira, destacou o sonho de Pedro em proporcionar uma vida melhor para a filha e lamentou a perda. “Ele era um pai dedicado, fazia de tudo para dar o melhor para ela”, afirmou.
Próximos passos
O motorista será chamado novamente pela polícia para depoimento, e a caminhonete passará por perícia detalhada. Outras testemunhas também serão ouvidas. A Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM) foi questionada sobre a sinalização da via, mas ainda não se manifestou.
A morte de Pedro Vitor reacendeu o debate sobre segurança viária e precariedade na sinalização em Goiânia, além de alertar para os riscos enfrentados por entregadores em sua rotina diária.
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