Motociclista é arremessado após colisão violenta com carro no Setor Sul, em Goiânia
Impacto registrado por câmeras de segurança mostra motociclista sendo lançado metros no ar; bombeiros relatam vítima consciente, com dores na lombar e perna, e investigação segue sob responsabilidade da Polícia Civil.
No cruzamento entre as ruas 88 e 119, no Setor Sul de Goiânia, câmeras de segurança captaram o instante em que um motociclista é atingido por um carro e projetado a vários metros de altura, girando no ar antes de cair. O Corpo de Bombeiros Militar relatou que a vítima estava consciente no atendimento, porém com fortes dores na região lombar e em uma das pernas; foi encaminhada ao Hospital de Urgências de Goiás (Hugo) para tratamento especializado. Não houve confirmação oficial do seu estado de saúde após a transferência.
A Polícia Militar registrou o caso, constatando danos materiais em ambos os veículos. A investigação, agora conduzida pela Polícia Civil, analisará fatores como sinalização e prioridade de passagem. A responderão por eventuais ações legais dependerá da conclusão das apurações.
Contexto Alarmante: Motociclistas no Trânsito de Goiânia
Os números mais recentes revelam um cenário preocupante. Nos primeiros quatro meses de 2025, motociclistas representaram cerca de 75% das vítimas de acidentes de trânsito atendidas no Hugo, unidade especializada que recebe casos de alta complexidade. Isto traduz a vulnerabilidade estrutural do motociclista diante de qualquer sinistro.
Em 2024, 205 pessoas morreram em acidentes de trânsito em Goiânia, das quais 62% eram motociclistas, muitos sem nem tempo para receber socorro médico. A maior faixa etária afetada é a dos 20 a 39 anos, e o perfil das vítimas corresponde ao de homens jovens — um padrão que coincide com estatísticas nacionais.
Além disso, a taxa de mortes no trânsito em Goiás é superior à média nacional: 22,4 por 100 mil habitantes, ante 16,2 no Brasil, com a Região Metropolitana de Goiânia liderando com 24,8 mortes por 100 mil habitantes.
Embora o número total de acidentes na capital tenha apresentado uma leve queda entre os primeiros semestres de 2023 e 2024 (uma redução de cerca de 6%), a letalidade segue expressiva: 70 mortes no primeiro semestre de 2024, diante de 75 do mesmo período anterior.
Reflexão e Ação: Por que Goiânia permanece desigual?
O acidente serve como um espelho da fragilidade cotidiana enfrentada pelos motociclistas. A alta representatividade dessas vítimas, a exposição física — e muitas vezes mortal — inerente ao modal, e a manutenção de taxas elevadas de letalidade exigem respostas concretas.
Especialistas frequentemente apontam que, além do investimento em infraestrutura (como redutores de velocidade, sinalização reforçada e interseções seguras), é preciso intensificar campanhas educativas e a fiscalização, pois o comportamento humano — especialmente em alta velocidade — amplifica riscos dramáticos.
Para ilustrar, um dado nacional também ressalta a tendência: a taxa de mortalidade de motociclistas aumentou de 6,0 para 6,3 mortes por 100 mil habitantes em 2023, um crescimento de 12,5% em relação a 2022.
O episódio ocorrido no Setor Sul, com o motociclista lançado no ar, guarda toda a violência simbólica e real enfrentada por quem escolhe duas rodas como meio de transporte. Ao expor falhas visíveis na segurança viária, o acidente abre espaço para duas iniciativas urgentes e interligadas: aprimoramento da infraestrutura no trânsito e uma mudança cultural via educação e fiscalização.
As autoridades poderão alinhar, com base em dados robustos e laudos periciais, ações estruturais e preventivas — tão necessárias quanto urgentes. Até que isso aconteça, cruzamentos como o da Rua 88 continuarão a revelar, com violência, o custo humano da fragilidade viária.
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