18 de setembro de 2024
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Morre o escritor Bariani Ortêncio, uma parte da história de Goiânia

Sua partida deixa um vazio irreparável na produção cultural do estado, marcando o fim de uma trajetória brilhante e multifacetada.
Desprenda-se dos braços
abra os olhos, solta os braços
grita a boca, fecha os ouvidos
que a vida terá … sentido

No dia 15 de dezembro de 2023, Goiás perdeu uma de suas figuras mais ilustres, o renomado escritor Waldomiro Bariani Ortêncio, aos 100 anos de idade. Sua partida deixa um vazio irreparável na produção cultural do estado, marcando o fim de uma trajetória brilhante e multifacetada.

Bariani Ortêncio foi muito mais do que um escritor talentoso; ele foi um incansável pesquisador da cultura e do folclore de Goiás. Com mais de 50 livros publicados ao longo de sua carreira, suas obras se tornaram verdadeiros registros vivos da riqueza histórica e cultural da região. Desde contos e crônicas até ensaios profundos sobre a identidade goiana, Bariani deixou um legado literário que continuará a inspirar gerações futuras.

Além de suas contribuições para a literatura, Bariani Ortêncio também teve um papel significativo como empreendedor cultural. Ele foi o proprietário do Bazar Paulistinha, um espaço que não apenas comercializava produtos, mas também se tornou um ponto de encontro para artistas, intelectuais e amantes da cultura em Goiás. Seu bazar foi um refúgio para a troca de ideias e experiências, contribuindo para o enriquecimento do cenário cultural local.

A versatilidade de Bariani não se limitava à escrita e ao empreendedorismo. Ele também se destacou como produtor musical, ampliando seu alcance e influência no cenário artístico de Goiás. Sua paixão pela música se refletiu em projetos que enalteceram e preservaram as tradições musicais da região.

A notícia do falecimento de Bariani Ortêncio é ainda mais tocante ao considerarmos que ele enfrentou um AVC durante o carnaval de 2022, evidenciando a resiliência e força que o acompanharam até o último capítulo de sua vida.

O escritor deixa um legado duradouro, não apenas em suas obras, mas também em seus seis filhos, que seguirão adiante com o orgulho de carregar o sobrenome de um verdadeiro ícone da cultura goiana.

O velório de Bariani Ortêncio terá início às 06h deste sábado, 16, no Cemitério Jardim das Palmeiras. Este momento será uma oportunidade para amigos, familiares e admiradores prestarem suas homenagens a esse grande nome que contribuiu de maneira inestimável para a preservação e promoção da riqueza cultural de Goiás.

Neste momento de luto, estendemos nossos sentimentos aos familiares e amigos do escritor Bariani Ortêncio, e expressamos nossa gratidão por sua contribuição incomensurável para a cultura goiana. Que sua memória continue a inspirar e enriquecer as futuras gerações.

QUEM ERA WALDOMIRO BARIANI ORTÊNCIO

Biografia

Bariani Ortêncio nasceu em IgarapavaSão Paulo, próximo à Usina Junqueira, filho de Josefina Bariani e Antônio Ortêncio. Iniciou os estudos primários em 1930 e, logo no ano seguinte, conseguiu seu primeiro emprego nas Casas Pernambucanas.

Em 1938, mudou-se com a família para Goiânia, capital do Estado de Goiás, em cujo liceu se matriculou e cursou o ginasial e o científico. Em 1941, entrou para o Tiro de Guerra. Em 1948, ingressou na Faculdade de Odontologia, mas não concluiu o curso.

Estabeleceu-se como comerciante no bairro Campinas com o Bazar Paulistinha, uma loja de discos, a qual veio a se tornar uma célebre casa comercial. Por esse tempo, também foi goleiro do Atlético Clube Goianiense.

Ao longo de sua vida, exerceu diversas outras atividades: professor de matemática, comerciante, fazendeiro, industrial e minerador.

Iniciou-se como escritor ainda na infância, em Itaperava, no jornal estudantil O Chicote. Em Goiânia, tão logo matriculou-se no Liceu, passou a escrever para o jornal estudantil da escola.

Durante um período de mais de dois anos, redigiu crônicas para a Rádio Clube de Goiânia, às vezes, também, publicada no jornal “A Folha de Goyaz”.

Publicou seu primeiro livro em 1956, “O que foi pelo Sertão”, pelo qual recebeu o prêmio Americano do Brasil por parta da Academia Goiana de Letras, instituição que o aceitaria como membro cinco anos depois, para a cadeira n.º 9, cujo patrono é Antônio Americano do Brasil e que foi fundada por Pedro Cordolino Ferreira de Azevedo.