Médicos da SMS de Goiânia Anunciam Paralisação de 24 Horas em Protesto contra Condições de Trabalho.
O sindicato representante da categoria justifica a greve de advertência, que terá início às 7 horas desta terça-feira (12), devido às precárias condições de trabalho.
Profissionais da saúde vinculados à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia decidiram realizar uma paralisação de advertência de 24 horas nesta terça-feira (12), conforme anunciado pelo Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego). A decisão foi tomada durante uma assembleia da categoria no último dia 4 e foi reafirmada em nova consulta realizada nesta segunda-feira (11). Durante o período de paralisação, os atendimentos serão interrompidos das 7 horas até às 7 horas do dia seguinte, com exceção dos serviços de urgência e emergência, que serão mantidos de acordo com a determinação legal.
Franscine Leão, presidente do Simego, destacou que as principais reivindicações da categoria estão relacionadas às condições de trabalho. Ela ressaltou que a SMS impôs uma carga de atendimento de um paciente a cada 15 minutos, além da falta de insumos, medicamentos e receituário, incluindo itens essenciais para remédios tarja preta. Leão enfatizou que os profissionais desejam chamar a atenção da população para a realidade do sistema público de saúde de Goiânia, incluindo a violência enfrentada pelos médicos durante o atendimento, exemplificando casos recentes de agressões a médicas devido à falta de insumos.
Em resposta, a Secretaria de Saúde de Goiânia emitiu uma nota esclarecendo que todas as reivindicações do Simego foram atendidas e expressou estranheza em relação ao anúncio de greve. O secretário Wilson Pollara afirmou ter mantido contato com a presidente do Simego para tratar dos problemas, contradizendo a versão apresentada pelo sindicato. Franscine Leão confirmou o contato, mas salientou que as soluções ainda não foram efetivadas.
Uma nova rodada de conversas estava agendada para a noite desta segunda-feira (11), mas a decisão da paralisação de advertência foi mantida pelos médicos, que alegam que suas reivindicações não foram atendidas integralmente. A presidente do Simego ressaltou que os atrasos nos pagamentos são frequentes, e os médicos pleiteiam um reajuste salarial, ausente nos últimos cinco anos. Além disso, a categoria demanda um descanso anual de 30 dias, considerando a natureza contínua e ininterrupta do trabalho.
A SMS rebateu as queixas dos médicos, assegurando que as unidades estão devidamente abastecidas com os medicamentos essenciais. Quanto à insegurança, a secretaria argumentou que as unidades dispõem de câmeras de monitoramento e botões de pânico para acionar a Guarda Civil Metropolitana (GCM). Um processo está em andamento para garantir a presença constante da GCM nas unidades de urgência, 24 horas por dia, de acordo com a SMS.