Médico é demitido após ser flagrado navegando por bicicletas e suplementos durante plantão em UPA de Inhumas
Vídeo feito por paciente repercutiu nas redes sociais e levou à identificação e desligamento do profissional. Prefeitura anuncia restrição no acesso à internet em computadores de atendimento médico.
A conduta de um médico durante o plantão em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Inhumas, na Região Metropolitana de Goiânia, provocou revolta, viralizou nas redes sociais e terminou com seu desligamento imediato. O motivo? O profissional foi filmado por uma paciente enquanto navegava na internet em busca de bicicletas e suplementos alimentares, em vez de prestar atendimento no pronto-socorro.
O vídeo, divulgado pela própria paciente, mostra o médico utilizando o computador da unidade para fazer pesquisas pessoais durante o expediente. Com a repercussão do caso nas redes sociais a partir da noite de terça-feira (15), a prefeitura de Inhumas enviou uma equipe de tecnologia da informação (TI) à unidade para rastrear o histórico de navegação e confirmar a denúncia.
“Identificamos o computador, puxamos o histórico, cruzamos com os acessos de senha e confirmamos que o médico realmente estava utilizando o terminal para fins pessoais durante o horário de trabalho”, detalhou Itamar Júnior, secretário de Administração do município.
Demissão e providências imediatas
Segundo a gestão municipal, o profissional foi desligado no mesmo dia da apuração, com notificação enviada por e-mail e WhatsApp. Até a última atualização desta reportagem, o médico ainda não havia se manifestado publicamente.
Além do desligamento, a prefeitura anunciou uma nova política de restrição de uso da internet em todas as unidades de saúde da cidade. Os computadores de atendimento médico receberão um filtro que permite acesso exclusivamente a plataformas e sites de conteúdo técnico-científico da área da saúde.
“Precisamos garantir que o foco seja exclusivamente o cuidado ao paciente. Estamos adotando esse controle digital como mais uma forma de manter a ética e a eficiência no serviço público”, afirmou o secretário.
Redes sociais e repercussão
O vídeo publicado pela paciente — que buscava atendimento na UPA — rapidamente ganhou tração, gerando críticas e indignação de usuários. Muitos reclamaram da espera prolongada no atendimento, enquanto o profissional supostamente se dedicava a assuntos alheios à sua função.
Embora o conteúdo do vídeo não tenha revelado dados sensíveis ou imagens de pacientes, o episódio levantou discussões sobre ética médica, uso indevido de ferramentas públicas e o papel das redes sociais na fiscalização cidadã de serviços públicos.
Cremego será notificado
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou, por nota, que ainda não foi formalmente comunicado sobre o caso, e que qualquer apuração de responsabilidade ética profissional dependerá da formalização da denúncia. A prefeitura de Inhumas garantiu que enviará uma nota explicativa ao Conselho na próxima terça-feira (22), detalhando os procedimentos adotados.
Um caso, muitas reflexões
O episódio acendeu um alerta sobre transparência e responsabilidade no serviço público, especialmente em áreas sensíveis como a saúde. Também reforçou a força da mobilização digital como ferramenta de fiscalização social.
“A sociedade exige profissionais comprometidos com o bem público. Não há espaço para desvios éticos em serviços essenciais como a saúde. Estamos atentos”, pontuou o prefeito Eduardo Baiano, por meio de comunicado.
A UPA de Inhumas atende, em média, 350 pacientes por dia, e é uma das referências da região no atendimento de urgência e emergência. A prefeitura informou que já realizou a substituição do profissional desligado e que reitera seu compromisso com a qualidade e o respeito à população.
Em nota oficial, a Prefeitura de Inhumas reafirmou seu compromisso com a ética, o respeito à população e a qualidade dos serviços públicos, destacando que não compactua com condutas incompatíveis com esses princípios.
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