Mais de Dois Milhões de Brasileiros Enfrentam o Desafio do Glúten: Doença Celíaca Exige Conscientização e Diagnóstico Preciso
No Dia Mundial da Conscientização sobre a Doença Celíaca, gastroenterologista de Goiânia alerta para a complexidade da enfermidade autoimimune, seus sintomas variados e a importância vital da dieta “glúten zero” para evitar complicações sérias.

Nesta sexta-feira, 16 de maio de 2025, o Brasil se une ao Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Celíaca, uma data crucial para chamar a atenção para essa condição autoimune que afeta aproximadamente 78 milhões de pessoas em todo o mundo. No território brasileiro, a Federação Nacional das Associações de Celíacos (Fenacelbra) estima que mais de 2 milhões de indivíduos convivem com a intolerância ao glúten, proteína presente em cereais como trigo, cevada e centeio, e que desencadeia uma reação inflamatória no intestino delgado dos celíacos.
Apesar da alta prevalência, o diagnóstico da doença celíaca nem sempre é rápido, um desafio que a gastroenterologista Dra. Mariana Terra Cabral, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, destaca. “Isso acontece devido aos sintomas variados e não específicos em alguns casos, a falta de conhecimento entre os profissionais de saúde, a demora no encaminhamento para o especialista e até mesmo devido à retirada precoce do glúten, que também atrapalha o diagnóstico”, pontua a médica.
Os sintomas da doença celíaca são multifacetados e podem mimetizar outras enfermidades, dificultando a identificação. A Dra. Mariana elenca desde os sinais mais clássicos, como “diarreia, dor abdominal, distensão abdominal, perda de peso, anemia e deficiência de vitaminas”, até manifestações menos comuns, como “vômitos e constipação”. Além dos sintomas gastrointestinais, a doença pode se apresentar com sinais extra-intestinais, como “infertilidade, déficit de crescimento em crianças, enxaqueca crônica e dermatite herpetiforme”, uma condição de pele bolhosa.
O caminho para o diagnóstico preciso é crucial: “O glúten só deve ser retirado da dieta após o paciente ter o diagnóstico confirmado de doença celíaca através de exames de sangue (anticorpos) e endoscopia com biópsia”, enfatiza a gastroenterologista. A biópsia do intestino delgado, em particular, é considerada o “padrão ouro” para a confirmação da doença, pois permite a visualização das alterações histológicas na mucosa intestinal causadas pela inflamação.
Vida “Glúten Zero”: Desafios e Cuidados Essenciais
Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento da doença celíaca é categórico e permanente: a suspensão total e completa do glúten da dieta. “Esses pacientes não podem ingerir glúten de forma alguma, pois ele leva à inflamação do intestino”, afirma a Dra. Mariana Terra. Isso implica eliminar da alimentação não apenas pães, massas, bolos, biscoitos e cerveja, mas também estar atento a produtos processados que podem conter glúten oculto, como salgadinhos e temperos prontos.
Um dos maiores desafios para os celíacos é a contaminação cruzada. A especialista alerta que “ela acontece quando um alimento sem glúten é contaminado, de forma direta ou indireta, por partículas de glúten. Pode ocorrer no plantio, na colheita, no armazenamento ou na própria manipulação dos alimentos”. Isso significa que até mesmo utensílios de cozinha, tábuas de corte ou óleos utilizados para preparar alimentos com glúten podem representar um risco para o celíaco. A atenção aos rótulos dos produtos, buscando a indicação “não contém glúten”, e a adoção de práticas culinárias cuidadosas são vitais para a segurança alimentar desses pacientes.
Riscos da Não Adesão e a Reversão do Perigo
As consequências de não tratar corretamente a doença celíaca são sérias. “Esse paciente tem um risco maior de ter tumores malignos, como linfoma e tumores do intestino delgado, além de um maior risco para osteoporose, infertilidade e alterações de crescimento nas crianças e adolescentes”, adverte a Dra. Mariana.
No entanto, a notícia mais encorajadora é que a adesão rigorosa à dieta sem glúten pode reverter esses riscos. “A notícia boa é que após três a cinco anos de exclusão do glúten, com doença em remissão, esse risco fica igual ao da população geral sem doença celíaca”, celebra a médica. Essa informação reforça a importância da conscientização, do diagnóstico precoce e do acompanhamento médico e nutricional contínuo para garantir uma vida saudável e com qualidade para os milhões de brasileiros que convivem com a doença celíaca.
Para buscar apoio e informações, a Fenacelbra (Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil) e as associações regionais, como a ACELBRA-GO (Associação de Celíacos do Brasil – Seção Goiás), são recursos valiosos para pacientes e familiares em busca de orientação e comunidade.
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