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4 de junho de 2025
JustiçaNotíciasSaúdeÚltimas

Justiça Federal Bloqueia R$ 156 Mil para Garantir Atendimento Domiciliar a Jovem com Sequelas Graves Após Reação Alérgica

Thaís Medeiros, que sofreu lesão cerebral permanente após reação alérgica ao cheirar pimenta, terá tratamento domiciliar custeado por verba pública bloqueada judicialmente.
Adriana Medeiros em rotina de cuidados com a filha Thais Medeiros, após reação alérgica a pimenta — Foto: Fábio Lima/O Popular

A Justiça Federal de Goiás determinou o bloqueio de R$ 156.074,88 de dinheiro público para assegurar o tratamento domiciliar de Thaís Medeiros, a jovem que perdeu os movimentos e a fala após uma grave reação alérgica ao inalar pimenta em 2023. A decisão, assinada pelo juiz Jesus Crisóstomo de Almeida, surge como um alívio para a família, que tem enfrentado uma batalha contínua para garantir os cuidados necessários à jovem, diante da omissão do poder público.

Segundo Adriana Medeiros, mãe de Thaís, as sequelas da reação alérgica são permanentes, e a necessidade de tratamento contínuo é vital para a qualidade de vida da filha. “Uma vitória importante para Thaís. Estou aliviada, espero que dê certo”, desabafou Adriana em suas redes sociais, refletindo o sentimento de esperança que a família nutre após a medida judicial.


A Luta por Atendimento e o Sequestro de Verbas

O bloqueio da verba pública tem como objetivo garantir o custeio do tratamento domiciliar de Thaís por um período de seis meses. A decisão judicial ressalta o descumprimento, por parte do município, de decisões anteriores que já determinavam o fornecimento do tratamento adequado. Mesmo após o reconhecimento parcial da dívida e a retomada de alguns pagamentos, a inércia do poder público levou a Justiça a intervir de forma mais incisiva.

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informou estar ciente da decisão e que está “adotando as providências pertinentes” para cumprir a determinação judicial. Contudo, a morosidade e a burocracia têm sido os maiores obstáculos para a família de Thaís.


Relembrando a Crise Alérgica e as Sequelas Irreversíveis

O incidente que mudou a vida de Thaís ocorreu em Anápolis, no centro de Goiás. Segundo relato de Matheus Lopes de Oliveira, namorado da jovem na época, Thaís inalou pimenta na casa de seus pais. “Ela estava com meus pais na cozinha, e entraram em assunto de pimenta. Então ela passou a pimenta no nariz e cheirou. A garganta dela começou a coçar e, logo em seguida, ela já foi perdendo as forças”, contou Matheus.

Levada às pressas ao hospital, Thaís precisou ser reanimada e permaneceu por 20 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Anápolis. O médico Rubens Dias explicou na ocasião que a jovem sofreu uma lesão cerebral permanente devido à falta de oxigenação. “O que ela teve foi um período que o cérebro não recebeu a oxigenação devida, porque o coração não estava bombeando sangue para o corpo. E ele gera uma lesão que é irreversível e tem um potencial de gravidade muito grande”, detalhou o médico.

Adriana Medeiros revela que Thaís já apresentava um histórico de alergias, desenvolvendo bronquite e asma após a gravidez de sua filha mais velha. Antes do acidente, Thaís chegou a ser internada por cinco dias devido a uma bactéria no pulmão. Em 2023, a jovem passou mais de 260 dias internada e foi submetida a diversos tratamentos, incluindo uma reanimação após uma crise de broncoespasmo.


A Resiliência de uma Família e a Esperança de um Futuro

Apesar da gravidade do quadro, a família celebra cada pequena vitória. Em 2024, Thaís teve apenas três internações, um avanço significativo atribuído à estabilização de seu quadro e aos cuidados intensivos que recebe. Alimentação especial, sessões de fisioterapia e fonoaudiologia, medicamentos e fraldas descartáveis são apenas alguns dos itens que geram um custo mensal de aproximadamente R$ 16 mil para a família.

Adriana Medeiros tem sido a principal cuidadora da filha, abandonando seu trabalho para se dedicar integralmente a Thaís. Ela conta com a solidariedade de doações, que têm sido cruciais para arcar com parte das despesas. A mãe relata que, com as doações, inclusive, foi possível adquirir uma casa adaptada para a família. Antes, Thaís residia em um apartamento sem elevador, o que dificultava o transporte para consultas e exames.

A batalha judicial, no entanto, persiste. Adriana relata que o serviço de home care, essencial para Thaís, foi oferecido apenas por seis meses. A Justiça havia determinado que a Prefeitura de Goiânia retomasse o atendimento domiciliar até 30 de dezembro de 2024, mas a gestão municipal não se manifestou. Em dezembro de 2024, a Prefeitura informou que recorreu da decisão, alegando que a jovem não se enquadra nos critérios para o serviço de home care custeado pelo município, que seria exclusivo para pacientes que necessitam de respirador.

Mesmo diante da “luta”, como define Adriana, a esperança não se esvai. Ciente de que a filha não será mais a mesma, a mãe mantém a resiliência e faz planos para o futuro. Para 2025, Adriana sonha em montar um salão de beleza em casa, no Setor Morada do Sol, em Goiânia, retomando sua profissão de cabeleireira e manicure, que exercia com a filha antes do triste acidente.

Tags: #JustiçaFederal #SaúdePública #DireitosDoPaciente #Goiás #ThaísMedeiros